O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão responsável pela formulação e aplicação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), alterou ontem o gabarito de duas questões da prova de Linguagens.
Nas redes sociais, candidatos criticaram a primeira versão do gabarito, publicada na quarta-feira, e apontaram haver racismo estrutural nas respostas até então dadas como certas. Na publicação das novas respostas, o Inep não mencionou as acusações, apesar das alterações.
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Na prova de Inglês, uma questão trazia um trecho do romance “Americanah”, da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. Na cena retratada na passagem, a cliente recusa a oferta da cabeleireira de alisar seu cabelo e opta pelas madeixas naturais.
No primeiro gabarito dado pelo Inep, o posicionamento da cliente era marcado por argumentos que “demonstram uma postura de imaturidade”. Agora, na nova versão, a alternativa correta é “revelam uma atitude e resistência”.
Em outra questão, sobre o processo de contratação em empregos, é apontada a discriminação feita por inteligências artificiais, que exclui candidatos pela origem racial, baseando-se no sobrenome e local de nascimento.
Na primeira versão do gabarito, as tecnologias de informação eram vinculadas à linguagem. Na nova versão, estão ligadas ao preconceito.