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Emprego formal fecha ano no azul, puxado pela construção

Mesmo com o forte impacto negativo no setor de serviços, atingido diretamente pelas medidas de isolamento social durante a pandemia de covid-19, o país conseguiu finalizar 2020 com saldo positivo de vagas de carteira assinada.

Informações divulgadas ontem pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), banco de dados do Ministério da Economia, indicam geração de 142.690 postos formais, resultado do balanço entre 15.166.221 contratações e 15.023.531  demissões.

O setor que mais gerou vagas foi o da construção civil (saldo de 112 mil), impulsionado pelo aquecimento das vendas de imóveis. O número de financiamentos imobiliários com dinheiro da poupança cresceu 58% ano passado com a redução dos juros no país, informou a Abecip (Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) anteontem. Indústria (95,5 mil), agropecuária (61,6 mil) e comércio (8 mil) também geram postos no saldo final.

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Já os serviços, setor que mais emprega trabalhadores no país, terminou 2020 com fechamento de 132 mil vagas.

O saldo positivo geral de 142.690 postos para 2020 é o menor desde 2017, quando o país fechou 20 mil deles. O melhor ano para as vagas formais na última década foi 2010, com criação de 2,5 milhões de empregos. Mas entre 2015 e 2017, anos de crise econômica, o resultado ficou negativo.

O último mês de 2020 teve déficit de 67.906 postos, mas em comportamento já esperado para a época do ano. O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, destacou o papel do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda para o bom desempenho anual. A medida adotada na pandemia permitiu que empresas reduzissem jornadas e salários e suspendessem contratos, com a garantia de preservar empregos pelo mesmo período posterior. De acordo com o Caged, 9,8 milhões de empregados passaram pelo programa. O governo estuda extensão das medidas neste ano.

“Em 2020 tivemos uma das maiores crises da história e passamos pelo ano mais difícil com um saldo positivo no Caged. Esse resultado mostra uma tendência de retomada e criação de empregos”, analisou Bianco.

Desemprego

Apesar do resultado positivo nas vagas de emprego com carteira assinada, 2020 deve ter mais pessoas desempregadas.

O dado mais abrangente sobre a situação do trabalho no país é medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Ele é formulado com base em 211 mil entrevistas no país todo, em que os pesquisadores questionam se os moradores da residência tinham ocupação naquela semana ou se procuravam por trabalho. Desta forma, a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) mede, além das vagas com carteira assinada, o número de trabalhadores informais.

A taxa de desocupação do trimestre terminado em novembro foi de 14,1%, a mais alta para o período desde o início da série histórica iniciada em 2012, divulgou ontem o IBGE. No mesmo trimestre de 2019, ela era de 11,2%. Na comparação com o trimestre anterior, houve leve estabilidade. Cerca de 14 milhões de brasileiros estavam à procura de vaga no período.

A pesquisa divulgada ontem mostra ainda aumento de 4,8% no número de pessoas ocupadas. São 3,9 milhões a mais no mercado de trabalho em relação ao trimestre anterior. Com isso, o nível de ocupação subiu para 48,6%.

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