Mutação brasileira se espalha e mais governos barram voos
Ao menos oito países já registraram casos de infecção pela variante brasileira do novo coronavírus, segundo relatório epidemiológico divulgado ontem pela OMS (Organização Mundial da Saúde). A agência alerta para uma possibilidade “preocupante” da mutação, identificada como P.1, levar a uma maior transmissibilidade da covid-19.
De acordo com o relatório, países como Itália, Reino Unido, Alemanha, Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão já identificaram a cepa brasileira – responsável pela explosão de casos no estado do Amazonas.
Ontem, o governo de Portugal decidiu suspender os voos entre o Brasil e a nação europeia. A medida vale até o dia 14 de fevereiro e permite a entrada de voos de repartição ou humanitários, desde que os passageiros testem negativo para a doença e passem por quarentena de 14 dias.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, também anunciou novas restrições de entrada. Aos viajantes que chegarem do Brasil e que “não puderem ter sua entrada recusada”, fica obrigatória uma quarentena de 10 dias, mesmo com o teste negativo para a doença.
Nessa semana, os Estados Unidos voltaram a barrar a entrada de não americanos vindos do Brasil. Já na Argentina, o governo pediu às companhias aéreas que reduzam os voos entre os países pela metade.
Sobre a variante
A variante P.1, identificada inicialmente no Amazonas e também registrada na cidade de São Paulo, pode ser mais transmissível do que a cepa original do coronavírus Sars-CoV-2.
A OMS alerta, porém, para a necessidade de estudos que comprovem “a maior transmissibilidade, gravidade ou atividade de neutralização de anticorpos” da mutação.
Outras duas mutações também estão sendo estudadas: a britânica e a sul-africana. Segundo a organização, a primeira já foi detectada em 70 países e, a segunda, em 31 nações.