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Vacinação começa com falha na distribuição

No Rio de Janeiro, vacinação aos pés do Cristo Redentor Alexandre Brum/Folhapress

O Brasil finalmente começou a vacinar contra a covid-19, mas apenas parcialmente. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, decidiu antecipar para ontem o início da imunização nacional após pressão dos governadores. Porém, problemas logísticos impediram que todos os estados recebessem as doses.

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A campanha estava prevista para começar amanhã. A antecipação foi anunciada por Pazuello durante ato simbólico de distribuição das doses da CoronaVac que estavam no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo (veja a quantidade disponibilizada para cada unidade da federação ao lado).

O transporte, no entanto, não foi fácil. O Ministério da Saúde mudou o cronograma pelo menos três vezes após imprevistos de logística com aeronaves da FAB (Força Aérea Brasileira). Até o fechamento desta edição, 10 estados – Ceará, Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Tocantins e o Distrito Federal – além de São Paulo – haviam começado a imunização.

As unidades enviadas aos estados são para vacinar profissionais da saúde da linha de frente no combate à pandemia, indígenas e idosos que vivem em abrigos. Essas pessoas receberão a dose no local onde vivem ou trabalham, sob coordenação dos município. Ninguém deve se direcionar aos postos de saúde.

No Rio de Janeiro, as primeiras pessoas imunizadas – a técnica de enfermagem Dulcineia da Silva, de 59 anos, e Teresinha da Conceição, de 80, acolhida pelos serviços da prefeitura desde 2015 – receberam as doses aos pés do Cristo Redentor.

Próximos passos

Os estados receberam apenas 4,6 milhões de doses da CoronaVac. As 2 milhões da vacina de Oxford/AstraZeneca, que serão importadas da Índia, ainda não têm previsão de chegada, o que compromete a continuidade da campanha de vacinação.

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Diante deste cenário incerto, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski intimou Pazuello a apresentar à Corte a atualização do Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19. A falta de doses e insumos preocupa as autoridades.

‘Vacina é do Brasil, não é de um governador’

O presidente Jair Bolsonaro se pronunciou ontem sobre o início da vacinação contra a covid-19 no Brasil. Ele aproveitou para alfinetar o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). “Está liberada a aplicação no Brasil. E a vacina é do Brasil, não é de nenhum governador”, disse, sem citar Doria, que iniciou a imunização em São Paulo no domingo com doses da CoronaVac. Inclusive, o presidente já chegou a afirmar, no ano passado, que o Brasil “não seria cobaia de ninguém”, em relação à vacina. 

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