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Falta de matéria-prima pode parar produção de vacina

Diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas Divulgação/Governo SP

O governo de São Paulo alertou ontem que depende do envio de mais insumos da China para continuar produzindo a vacina CoronoVac. Sem a matéria-prima, a produção no Instituto Butantan pode ser interrompida a partir do mês que vem e afetar a campanha nacional de vacinação, que começou domingo.

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Os trabalhos foram iniciados com a autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso emergencial de 6 milhões de doses que vieram prontas do laboratório Sinovac, da China, que desenvolveu o imunizante (leia mais na página 3).

Ontem, o governo de São Paulo entrou com novo pedido na Anvisa para a liberação emergencial de mais 4,8 milhões de doses, que são envasadas no Instituto Butantan a partir do ingrediente farmacêutico ativo, a matéria-prima da vacina, vinda da China.

O problema é que o estoque desse item deve acabar até o fim do mês, com a produção desse novo lote. Se não houver reposição, a fabricação da vacina no Butantan pode ser interrompida.

O governo de São Paulo disse que já tem um carregamento com mais insumos pronto para ser importado, mas que a remessa está parada na China por uma questão burocrática. Órgãos diplomáticos foram acionados para agilizar o envio.

Diretor do Butantan, Dimas Covas nem deu prazo e disse que espera pelos insumos “o mais rápido possível”. “Preocupa, sim, a chegada da matéria-prima, para não parar a produção. Portanto, quanto mais rapidamente estiver liberada, melhor para todos.”

O acordo de parceria do governo de São Paulo com a Sinovac prevê 46 milhões de doses da vacina até o fim de abril. O imunizante será repassado para o Ministério da Saúde, que faz a distribuição entre os estados.

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A produção em território nacional é fundamental para a continuidade da campanha de vacinação, pois vai garantir a ampliação do número de pessoas protegidas e a aplicação da segunda dose, que no caso da CoronaVac deve ser feita após 28 dias.

Fiocruz na espera

Atrasos com o envio de insumos da China também afetam a produção da vacina de Oxford/AstraZeneca pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Rio de Janeiro. Desenvolvida no Reino Unido, a dose depende de matéria-prima chinesa. A Fiocruz aguarda desde o fim do ano passado uma remessa para começar a fabricação do imunizante no país.

Doses já são aplicadas no interior de SP

Nascida em Itaberaba, na Bahia, e funcionária do HC (Hospital das Clínicas) de Campinas desde 2010, a técnica de enfermagem Liane Santana Mascarenhas, que trabalha na enfermaria específica para os casos do novo coronavírus, foi a primeira pessoa no interior de São Paulo a ser imunizada contra a covid-19. “Desde o começo, o desconhecimento gerou medo e insegurança, mas busquei forças e fui em frente. Agora estou vacinada”. O estado também distribuiu vacinas ontem para os HCs de Botucatu, Ribeirão Preto e Marília, e para o Hospital de Base de São José do Rio Preto. A partir de hoje, as prefeituras receberão as vacinas, com a recomendação para imunizar profissionais da saúde e indígenas. São Paulo terá nessa primeira fase 1,3 milhão de doses. O governo do estado criou um site, o Vacina Já (https://vacinaja.sp.gov.br), para pré-cadastro dos aptos a receber a dose. O registro não é um agendamento, mas vai agilizar a campanha. Até ontem, mais de meio milhão de cadastros foram realizados. “Quem não fizer o pré-cadastro não precisa se preocupar, pois a vacinação será feita também, apenas terá que fazer o cadastro completo no local”, disse a coordenadora do Controle de Doenças da secretaria da Saúde, Rejane de Paula.  

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