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Vacina chega no sábado e Manaus deve ter prioridade

Pandemia. Ministro Eduardo Pazuello também afirmou que vacinação começa em janeiro, mas sem data definida

Vacina russa Sputnik 5 | Divulgação/instituto gamaleya

O “dia D” e a “hora H” do início da vacinação contra a covid-19 estão cada vez mais próximos, apesar de o governo federal ainda não confirmar uma data para o início da imunização em massa no Brasil. Ontem, em Manaus – cidade que deverá ser priorizada –, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que as 2 milhões de doses da vacina de Oxford importadas da Índia devem desembarcar sábado no país.

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De acordo com Pazuello, um avião partiu ontem do Brasil rumo ao país asiático para trazer o imunizante ao Rio de Janeiro. A importação em caráter de urgência foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no início do mês.

As doses chegarão em território brasileiro um dia antes da decisão da agência sobre os pedidos de uso emergencial das vacinas CoronaVac, feito pelo Instituto Butantan, e da de Oxford, solicitado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). A diretoria colegiada da Anvisa se reunirá no domingo para bater o martelo e divulgar a aprovação ou não dos imunizantes em análise.

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Eduardo Pazuello também confirmou que Manaus deverá ter prioridade na vacinação por causa da situação da pandemia na cidade.    

“Vamos vacinar em janeiro. E Manaus será também a primeira a ser vacinada. Ninguém receberá a vacina antes de Manaus. A vacina será distribuída simultaneamente em todos os estados, na sua proporção de população. E Manaus terá a sua prioridade também”, afirmou o ministro.

No entanto, o “dia D” para começo da vacinação ainda é um mistério. “Quando a Anvisa concluir a análise, três, quatro dias depois estaremos distribuindo no Brasil. A Anvisa vai se pronunciar no dia 17 [domingo]. Se isso se alongar para o dia 21 ou 22, botem os números para frente, mas é janeiro”, confirmou Pazuello.

O governo federal possui 8 milhões de doses em um primeiro momento. Além dos 2 milhões de vacinas de Oxford, o Ministério da Saúde conta com outras 6 milhões da CoronaVac, desenvolvida por meio de parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac.

“Vamos vacinar em janeiro. E Manaus será também a primeira a ser vacinada. Ninguém receberá a vacina antes de Manaus.”

Eduardo Pazuello, Ministro da Saúde

Grupo pedirá uso emergencial da russa Sputnik 5 no Brasil

A farmacêutica União Química e o RDIF (Fundo Russo de Investimento Direto, da sigla em inglês) afirmaram que vão solicitar o pedido de uso emergencial da vacina russa Sputnik 5 à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) até o fim desta semana. O imunizante está sendo aplicado em diversos países pelo mundo, incluindo a Argentina.

No entanto, as regras para utilização de urgência definidas pela agência preveem que o imunizante deve ter sido testado no Brasil, o que não ocorre com a Sputnik 5 até o momento. A União Química, fabricante das doses no país, já solicitou autorização para os estudos clínicos em 5 mil brasileiros, mas a Anvisa ainda não aprovou e solicitou mais documentos.

De acordo com o RDFI, a liberação da Sputnik 5 em outros países, como “Argentina, Bolívia, Argélia, Sérvia e Palestina” vão embasar o pedido no Brasil.

A Rússia começou a vacinação em massa com o imunizante próprio no início de dezembro. O país afirma que a vacina tem 91,4% de eficácia.  

‘A vacina que passar pela Anvisa’, diz Bolsonaro sobre imunizante certo para o país

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o imunizante certo para a vacinação no Brasil será “a vacina que passar pela Anvisa, seja ela qual for”.Bolsonaro respondeu um apoiador que disse ser da Fiocruz “a vacina certa”.

O presidente colocou panos quentes na guerra política entre governo federal, que aposta na vacina de Oxford, e o governo de São Paulo, responsável pela CoronaVac no Brasil, mas não disperdiçou a chance de dar uma alfinetar, ironizando a eficácia geral do imunizante do Instituto Butantan, que ficou em 50,4%. “Essa de 50% é uma boa vacina ou não? O que eu apanhei por causa disso, agora estão vendo a verdade. Eu estou há quatro meses apanhando por causa da vacina. Entre eu e a vacina tem a Anvisa. Eu não sou irresponsável, não estou a fim de agradar quem quer que seja”, afirmou.

Já o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pressionou para que a vacinação com a CoronaVac comece imediatamente após a aprovação da Anvisa. “A vacina do Butantan atende plenamente. E atendendo plenamente ela deve ser colocada imediatamente após a aprovação da Anvisa para a vacinação dos brasileiros”, disse Doria METRO com Estadão conteúdo

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