Estudo divulgado ontem pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) mostra que os serviços ampliaram sua participação no PIB (Produto Interno Bruto) nos últimos 75 anos. Em 1947, as atividades do setor significavam 55,7% da riqueza nacional, incluindo o comércio com 16,3%. Sete décadas e meia depois, os serviços agora contribuem com aproximadamente 74% do PIB e o comércio, 13,7%.
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O levantamento foi realizado para celebrar os 75 anos da entidade. Entre 1945 e 1960, por exemplo, comércio e serviços mais que triplicaram de tamanho. Entre 1961 e 1980, porém, o movimento foi contrário, com encolhimento da economia em consequência do cenário de déficit fiscal, endividamento público e inflação.
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Já na década de 1980, com o descontrole da inflação e as mudanças estruturais nos negócios, os serviços se descolaram do comércio. No período de 1981 a 1989, o setor de serviços cresceu relativamente a uma taxa três vezes superior à do comércio (respectivamente, 31,6% e 10,5%).
“As taxas mostram as mudanças de paradigmas do funcionamento da economia nacional. Enquanto o comércio de bens revelou estrangulamento do consumo interno, os serviços se constituíram em alternativas para o ambiente de negócios, expondo por onde a economia brasileira iria passar a crescer com mais intensidade”, explica responsável pelo estudo, Antonio Everton Chaves.
Nas décadas seguintes, até 2020, os altos e baixos da economia, aliados à ampliação da participação dos serviços no cotidiano da população, consolidaram o aumento da fatia do setor no PIB e o recuo do comércio. “As transformações foram aceleradas nas duas últimas décadas, e desde abril, com a pandemia, estamos vivenciando uma mudança radical”, explicou Chaves. Segundo ele, o comércio físico vem perdendo lugar para lojas virtuais, enquanto os serviços agregados à nova economia têm crescido muito rápido.