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À sombra de incertezas, milhões votam nos EUA

Agora só resta esperar. Urnas norte-americanas encerram e mais de 100 milhões escolhem o próximo líder. Saiba o que acompanhar

Milhões foram às urnas em Missouri Michael B. Thomas/Getty Images

O movimento do dia oficial da eleição dos Estados Unidos foi menos agitado do que o esperado pela iniciativa Elect Project, da Universidade da Flórida. Mesmo assim, no último dia da decisão, milhões de eleitores norte-americanos  enfrentaram horas de fila para garantir que suas vozes fossem ouvidas no pleito presidencial do país. Numa disputa muito polarizada, acredita-se que a votação deste ano tenha tido democratas votando antecipadamente e republicanos no dia final.

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Ao longo da votação e até ontem à tarde, mais de 101  milhões de votos foram computados. Entre eles, 35,7 milhões pessoalmente e ao menos 64,6 milhões via correios. O comparecimento às urnas também dá sinais de que será recorde. Em estados como Texas, Flórida, Havaí, Washington, Montana, Carolina do Norte, Novo México, Geórgia, Arizona, Colorado e Nevada, mais pessoas votaram na eleição deste ano do que em 2016, quando o republicano Donald Trump venceu a democrata Hillary Clinton.

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Mesmo que as urnas já estejam fechadas desde ontem às 20h (horário de Brasília), o resultado de quem será o próximo morador da Casa Branca ainda é incerto. Em um ano tradicional, ou seja, com menos votos via correios, o resultado de qual candidato conseguira ao menos 270 dos 538 delegados poderia acontecer na mesma madrugada do dia da votação. Todavia, com a pandemia de covid-19, os chamados “mail ballots” (votos por correio) podem demorar um pouco mais para serem contados.

Na divergência de eleitores, isso pode dar uma vantagem inicial à Donald Trump.  Ontem, a juíza Emmet G. Sullivan, do Distrito de Columbia pediu uma varredura nos serviços postais norte-americanos atrás de 300 mil cédulas que não teriam sido contabilizadas, reportou o The New York Times.  

Estados podem ‘entregar’ decisão antes da hora

Arizona, Flórida, Geórgia, Michigan, Pensilvânia, Ohio e Texas. Estes são alguns dos estados norte-americanos com eleições mais disputadas deste ano e quem levar a melhor na maioria deles pode ter o sabor de liderar os Estados Unidos entre 2021 e 2024. Além de serem consideradas regiões chave para a decisão, a margem de diferença entre as intenções de votos do republicano Donald Trump e do democrata Joe Biden nestes estados cruciais não passava de 5% na véspera da eleição.

Pelo sistema de votação norte-americano, o vencedor da disputa não necessariamente leva a maioria absoluta   de votos, isso porque os 538 delegados do Colégio Eleitoral (dos quais os candidatos precisam conquistar ao menos 270 para a vitória oficial) estão espalhados entre os estados que possuem maior densidade demográfica de eleitores, como Nova York (29 delegados) e Califórnia (55 delegados). Dessa maneira, o segredo é vencer em estados com o maior número de membros na representação do voto indireto.

Entre os estados mais visados ontem estava o Texas. Tradicionalmente republicano, o estado vota em membros do partido de Trump há quatro décadas, mas se mostrou dividido na eleição de 2020. Caso Biden consiga uma vitória entre os eleitores texanos, conquistando 38 delegados do Colégio Eleitoral, o caminho à reeleição de Trump pode ficar um pouco mais difícil.  

Redes sociais criam alerta para informações incorretas

Em uma escalada para evitar as “fake news” (notícias falsas, em português), Twitter, Facebook e Instagram anunciaram ontem medidas que devem ajudar a conter a desinformação em meio ao resultado eleitoral deste ano. De acordo com as redes sociais, um alerta deve aparecer em todas as publicações que anunciarem um vencedor antes do resultado oficial.

Em meio ao risco de que a apuração seja demorada, as plataformas criaram um alerta para dizer que os votos ainda estão sendo contados. O Twitter dispõe de um selo que informa se “redes e fontes oficiais anunciam resultado diferente” ou se “autoridades ainda não confirmaram esta informação”.

Como uma resposta aos possíveis atos de protestos e violência frente ao resultado, a página ainda afirma que pode retirar do ar publicações que incitem a violência ou “danos físicos”.

Nos últimos dias, a rede de segurança do Facebook contra a desinformação já tem tomado atitudes contra a campanha de Donald Trump. No início da semana quando o candidato republicano apontou fraudes eleitorais no processo, a rede social gerou um alerta junto à postagem dizendo que se isentava da responsabilidade da informação e que “votar pelo correio tem um histórico de confiabilidade”.

Já o Twitter chegou a ocultar uma publicacão de Trump na segunda-feira. A rede social alertou internautas de que o conteúdo poderia ser “enganoso” ou “questionável”.  

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