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Candidatos dão largada ofensiva no primeiro debate em São Paulo

Confrontos diretos marcaram o primeiro debate com os postulantes à prefeitura

George Gargiulo/Metro

Candidatos que disputam as eleições pela Prefeitura de São Paulo se encontram nesta quinta-feira (1º) pela primeira vez diante dos eleitores em debate realizado pela Band.

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Os confrontos começaram logo de cara. Respondendo a questão de telespectador sobre a Cracolândia, Jilmar Tatto (PT) disse que retomaria o programa De Braços Abertos, de redução de danos, e disse que o prefeito Bruno Covas (PSDB) prefere tratar do tema com violência. Covas, que é candidato à reeleição, ironizou e chamou o programa citado pelo petista de “bolsa crack”, mesmo termo usado por Joice Hasselmann (PSL).

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Os embates se seguiram nos blocos em que os candidatos fizeram perguntas entre si. Andrea Matarazzo (PSD) e Tatto miraram Covas. O primeiro disse que o prefeito é “inexperiente” e Tatto disse que o seu governo piorou a qualidade da merenda. Covas respondeu que Matarazzo está “amargo por suas derrotas recentes” e que o PT gosta de fila em creche enquanto ele acabou com a espera por vagas.

Celso Russomanno (Republicanos) foi criticado por Hasselmann, que disse que ele defende o consumidor, mas é alvo de investigações, e também por Arthur do Val (Patriota), que disse que o deputado federal se alia com quem está no poder, por conveniência. Russomanno se defendeu e disse que estava sendo atacado porque lidera as pesquisas.

O temas relacionados à pandemia foram tratados pelos candidatos com ênfase nos impactos para a educação, no funcionamento do comércio e no desemprego.

Guilherme Boulos (Psol) criticou as políticas municipais para os moradores em situação de rua, que disse conhecer bem porque milita na área da habitação social, e Márcio França (PSB) disse a cidade faz muitas obras equivocadas e que se tornam inadequadas – e citou o muro de vidro da USP

A Band promoveu debates em mais 13 cidades de nove estados. Se houver segundo turno, o próximo debate já está marcado e será no dia 19 de novembro.

Encontro marca pioneirismo da Band iniciado há 38 anos

O primeiro debate eleitoral do Brasil foi realizado em 1982 e exibido pela Band. E é por conta desse pioneirismo, que está perto de completar quarentena anos, que a Band continua sendo a emissora que abre a temporada de confronto entre os candidatos na TV a cada eleição. Mesmo depois de tanto tempo, os debates ainda são um dos momentos mais importantes das campanhas no país.

Depois do encontro de 1982, a Band realizou em 1989 o primeiro debate envolvendo candidatos à Presidência. Foi ali que apresentaram suas propostas para os brasileiros, que escolheriam um presidente pela primeira vez após mais de duas décadas de ditadura militar. “Foi uma ofensiva de shows democráticos que lavaram a alma e marcaram a televisão e a política”,  lembrou o diretor de jornalismo da Band e organizador dos debates, Fernando Mitre.

Nas eleições seguintes, os debates continuaram a refletir o espírito das campanhas, como a rixa entre PSDB e PT na disputa pelo Executivo até a mais recente polarização. Em 2018, a Band inovou e criou uma sala digital com o Google que monitorava em tempo real a reação dos eleitores sobre os temas discutidos no debate.

Histórico debate da Band de 1989

Pandemia alterou a dinâmica

As restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus alteraram o calendário eleitoral, a forma como os candidatos fazem suas campanhas nas ruas e como distribuem propaganda e, é claro, também modificaram a dinâmica dos debates. Por questões de segurança e para evitar aglomerações, a Band eliminou o espaço antes reservado para plateia e que recebia até 140 convidados.

O modelo de cobertura para jornalistas e fotógrafos também passou por mudanças, assim como o esquema para os próprios candidatos. No estúdio, os concorrentes foram posicionados em púlpitos com distância de um metro e utilizaram máscara facial durante todo o tempo, só retirando-a para falar. Cada candidato também foi autorizado a levar dois assessores.

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