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Ministra Damares Alves tentou impedir aborto de menina de 10 anos, diz jornal

Ministra Damares Alves Marcelo Camargo/Agência Brasil

O caso da menina de 10 anos do Espírito Santo, grávida após ser estuprada pelo tio, ganhou ampla repercussão nacional e teve desfecho com o procedimento de aborto legal em agosto deste ano. O governo federal, porém, interferiu para tentar impedir a interrupção da gravidez indesejada.

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De acordo com o jornal “Folha de S.Paulo”, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, organizou uma operação para pressionar o conselho tutelar local. Fontes ouvidas pelo veículo afirmam que ela buscava transferir a criança para um hospital de Jacareí, interior de São Paulo.

O objetivo era fazer com que a menina aguardasse a evolução da gestação e tivesse o bebê, independentemente do risco à vida. Damares também é acusada por testemunhas de vazar o nome da criança à ativista Sara Winter, que compartilhou dados da vítima nas redes sociais.

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A “Folha de S.Paulo” apurou que foram feitas diversas abordagens a conselheiros tutelares, envolvendo representantes do ministério e aliados políticos enviados ao local. Por videochamada, a ministra Damares Alves chegou a participar de uma das reuniões.

A “comitiva” de Damares chegou a oferecer melhorias ao órgão local, incluindo equipamentos de infraestrutura, como computadores, ar-condicionado, televisões, e até um carro Jeep Renegade – vendido a partir de R$ 70 mil.

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Ao programa “Conversa com Bial”, da TV Globo, Damares afirmou discordar do procedimento de aborto, defendendo que o parto deveria ter sido antecipado. Ela negou que sua pasta foi responsável pelo vazamento de dados da vítima.

Em nota, o ministério afirmou que uma equipe foi enviada para “acompanhar a atuaçnao da rede de proteção à criança vítima e oferecer suporte”. A pasta confirmou os encontros com conselheiros tutelares e afirmou que houve abordagem dos próprios funcionários sobre necessidades de melhoras de estrutura, mas não confirmou se os itens ofertados estariam condicionados à interferência no caso da menina estuprada.

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