O presidente norte-americano, Donald Trump, considerado um crítico assíduo da votação por correio, voltou a falar da grande possibilidade de fraudes e se opôs em aumentar a contribuição financeira ao serviço postal que passa por dificuldades administrativas e financeiras. Em entrevista à Fox News, o republicano reforçou o apoio às eleições presenciais e disse que espera que “o serviço funcione com eficiência e com menos dinheiro”.
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O USPS (Serviço Postal dos Estados Unidos), que será um aliado nas eleições presidenciais deste ano, tem enfrentado dificuldades nas últimas semanas. Em comunicado, a agência anunciou que pode não conseguir entregar todos os votos a distância a tempo de serem contabilizados e alegou que precisa de maior financiamento, já que espera cerca de 80 milhões de cédulas postadas no dia 3 de novembro.
A atitude do presidente levantou críticas no país. A candidata à vice-presidência pelo Partido Democrata, Kamala Harris, escreveu em rede social que não permitirá que Trump “destrua o serviço postal dos Estados Unidos” e pediu que o Congresso intervenha na situação. A presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, anunciou que deve analisar uma legislação em busca de proteger o correio dos EUA da “campanha [de Trump] para sabotar a eleição induzindo o Serviço Postal a desencorajar eleitores”.
Segundo Trump, os votos postais não funcionam ao parâmetro do Partido Republicano e, se viabilizado, será uma “catástrofe” às eleições deste ano.
Votos por serviço postal têm recorde de adeptos este ano
Cerca de 76% dos eleitores, segundo o jornal The New York Times, poderão votar por meio do correio, índice recorde do país desde quando essa modalidade de votos foi permitida para militares durante a Guerra Civil, em 1864 (na época, Abraham Lincoln foi reeleito). Desde então, somente alguns estados permitiam o voto remoto até que a pandemia de covid-19 trouxe a possibilidade de aumentar a segurança dos eleitores e incentivar os votos não obrigatórios no país.