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Megatraficante que deixou cadeia por ser grupo de risco para covid-19 está foragido

Reprodução/Band

O megatraficante de drogas Suaélio Martins Leda, beneficiado por prisão domiciliar na semana passada, é considerado fugitivo. Ele deixou a penitenciária de Mirandópolis (594 km da capital paulista) aproveitando-se de uma resolução do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

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A medida foi autorizada por um desembargador do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo). A defesa de Leda pediu habeas corpus ao criminoso, condenado a 41 anos de prisão em regime fechado, após alegar que ele tem hipertensão e está no grupo de risco para a covid-19.

De acordo com o promotor Lincoln Gakiya, o detento precisou assinar um termo informando as autoridades onde ficaria em prisão domiciliar. “Nós monitoramos esse criminoso, devido a sua periculosidade. Ele sequer chegou a ir para Santos. A polícia já está tentando localizá-lo para prendê-lo”, afirmou, em entrevista à Rádio Bandeirantes.

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No fim de semana, o TJ-SP revogou a soltura de Suaélio Martins Leda, mas, segundo Gakiya, há possibilidade de que o condenado tenha saído do país, se escondendo no Paraguai ou na Bolívia.

Para o promotor, a decisão do CNJ usada por juízes e desembargadores paulistas deveria ser aplicada apenas para casos em que o preso cumpra o regime aberto ou semiaberto. Até o momento, 4,5 mil pessoas no estado já foram libertadas com base nessa recomendação.

“Nós aguardamos que a Justiça reveja a posição de alguns julgadores e verifique caso a caso a periculosidade dos indivíduos, a pena a cumprir. E isso não está ocorrendo até agora.”

Ligação com empresas investigadas na Lava Jato

Em 2014, o repórter Rodrigo Hidalgo do Jornal da Band denunciou a ligação do esquema do criminoso com empresas investigadas pela operação Lava Jato. O traficante chefiava uma quadrilha que mandava droga escondida em contêineres para a Europa pelo porto de Santos, o principal da América Latina.

Na operação que o levou para a cadeia, policiais encontraram papéis no cofre do sítio dele em Mogi das Cruzes que indicavam relação com o doleiro Alberto Yousseff para lavagem de dinheiro.

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