Uma transcrição da ação policial que resultou na morte do pai e ex-segurança George Floyd, de 46 anos, deu mais detalhes das circunstâncias nas quais os policiais o colocaram, ignorando e minimizando repetidas vezes suas súplicas.
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Áudios divulgados nesta quarta-feira (8) por autoridades dos Estados Unidos mostram Floyd declarando, diversas vezes, que era claustrofóbico, que estava tendo dificuldades para respirar e, inclusive, que sentia que iria morrer. Por mais de vinte ocasiões, o homem repete a frase «eu não consigo respirar», que virou símbolo dos protestos que sucederam seu assassinato.
Em resposta, os agentes que o imobilizavam apenas pediam que ele «relaxasse», «respirasse» e «parasse de falar». O policial Derek Chauvin, que se ajoelhou sobre o pescoço de Floyd, potencialmente causando a asfixia que levaria à morte, ainda afirmou que o imobilizado «estava bem», e deveria «parar de gritar», pois seria necessário «muito oxigênio para falar».
Minutos depois, outro policial que assistia à ação aconselha Chauvin a virar Floyd de lado – o ex-segurança estava deitado de bruços, com o rosto pressionado contra o asfalto e o joelho do agente sobre seu pescoço e costas -, pois ele já estaria imóvel. O colega se negou.
Enquanto aguardavam a chegada de uma ambulância, Chauvin permaneceu mais de oito minutos pressionando o pescoço da vítima. É possível notar, nas transcrições da ação, que o homem de 46 anos chamava por seus filhos e chega a pedir por sua mãe, falecida em 2018. «Te amo, mãe! Diga a meus filhos que eu amo eles. Eu estou morto», diz Floyd.
A última fala registrada do homem no áudio é uma súplica. «Eu não consigo respirar», repete, pela vigésima vez. «Eles vão me matar, eles vão me matar».
