Liberados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os testes rápidos para detecção do novo coronavírus devem ser disponibilizados nas farmácias de todo o país dentro de dez dias e devem custar até R$ 200.
As previsões são da Abrafarma (Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias), que espera aplicar até 12 milhões de testes por mês. A autorização vale durante o período da pandemia e obriga que as farmácias informem as autoridades sobre os resultados.
A recomendação é que só pessoas com sintomas procurem pelo serviço. A própria Anvisa alertou que o teste rápido não serve como diagnóstico, mas que a sua realização ajuda a mapear as pessoas que possam ter sido infectadas e serve também como ferramenta para a determinação das medidas de controle da doença.
Entidades de saúde afirmaram que os testes rápidos apresentam “grande variação de qualidade e desempenho” e que resultados falsos podem prejudicar as políticas de prevenção.
Teste rápido
É feito a partir da coleta de sangue que, em contato com reagente, detecta se o paciente tem ou não os anticorpos IgM e IgG, que indicam contaminação pela covid-19
IgM
Indica que a pessoa produziu recentemente anticorpos e que está na fase aguda da doença. É detectado entre 7 e 10 dias após o surgimento dos sintomas
IgG
Indica que a pessoa produziu anticorpos há mais tempo, pelo menos 15 dias, o que pode sugerir que já há uma imunidade
RECOMENDAÇÃO
- Deve ser feito só por pessoas que apresentam sintomas da doença há pelo menos uma semana
- Pessoas que tiveram confirmação da doença e não apresentam mais sintomas também podem fazer
- Os resultados, sobretudo os positivos, devem ser avaliados por um médico e complementado por outros exames
O teste rápido é diferente do teste molecular, o RT- -PCR, que é feito a partir de amostras coletadas do nariz e garanta. A secreção é analisada em laboratório, que indica se há presença de material genético do novo coronavírus no organismo do paciente. Esse teste é mais caro, demora mais tempo para ficar pronto, pelo menos 12 horas, e tem chance de acerto de 90%
VANTAGENS
Mais barato que o exame molecular e de simples aplicação, o teste rápido facilita a testagem em massa tanto do ponto vista financeiro como logístico O resultado não depende de análise em laboratório e fica pronto em até 15 minutos, em média Ajuda a identificar de forma mais ampla as pessoas que tiveram contato com o vírus e a mapear a presença da doença
Essas informações auxiliam as autoridades a traçar as políticas de controle da doença, como o fechamento do comércio e as restrições de circulação
DESVANTAGENS
O Brasil já autorizou mais de 30 marcas, e a qualidade, a eficácia e o preço do teste podem variar de acordo com o fabricante Os resultados não devem ser interpretados como conclusivos, pois o índice de acerto varia de 60% a 70%, em média, mas há testes com resultados ainda mais baixos, de 30%
Esses erros podem fazer com que uma pessoa que esteja doente, mas que ainda não tenha produzido anticorpos, receba um resultado negativo no teste Isso pode provocar comportamentos de risco e fazer com que pessoas infectadas relaxem nas medidas de controle e prevenção