As primeiras duas semanas do isolamento social já causaram alto impacto nas empresas. Dados do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) apontam que 87,5% dos empreendimentos brasileiros sentiram seus faturamentos mensais diminuírem.
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Não saber por quanto tempo a crise do coronavírus vai impactar a economia torna difícil para os pequenos e médios negócios tomarem decisões, mas para o gerente regional do Sebrae ABC, Paulo Cereda, é possível administrar a situação sem cair no desespero.
Para Cereda, o primeiro passo é entender o cenário atual. “Isso significa estar informado do que está acontecendo. Observar os números de casos no Brasil e em outros países, os pacotes emergenciais adotados pelos governos, disponibilidades de crédito, as medidas provisórias e os impactos delas”, afirmou.
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Depois disso, o segundo passo é entender as contas da empresa. “Organize todos os pagamentos do negócio, não só deste mês, mas os futuros também. Dentro dessa conta, o empresário pode colocar também o que ele vai receber, como pagamentos parcelados que vão cair.”
Segundo Cereda, “isso leva a decisões mais acertadas, como procurar um banco, se necessário”, mas ressalta: “Não busque um banco desesperadamente”. Outro ponto levantado pelo gerente foi que “as contas pessoais não devem se misturar com as do negócio. Se o empresário ainda não separou a pessoa física da pessoa jurídica, é a hora de fazer”, afirmou.
Após ter ciência das contas, defina quais são prioritárias e quais podem ou não ser renegociadas. Renegociar prazos e pagamentos pode dar um maior alívio no bolso neste momento.
Por fim, o mais importante é ter uma presença virtual. Ceredas explica que “o relacionamento virtual vai estar mais fortalecido do que antes, porque as pessoas precisam se relacionar via computador neste momento. Quando atravessar a crise, o empreendedor terá que saber fazer uso do mundo digital para manter o negócio”.
Ele explica que é mais fácil de visualizar o comércio online no varejo, mas que há opções para os outros mercados. “Se seu negócio não é de venda de produtos, você pode criar conteúdos relacionados ao seu mercado e publicar na internet. Isso ajuda a criar a presença da empresa com o cliente”, disse o gerente. Mas ele faz um alerta: “Não explorar o consumidor, porque isso também fica marcado”.
Como lidar com a crise de covid-19
• Entender o cenário atual
Acompanhar o que está sendo feito pelos Ministério da Saúde e da Economia e as medidas provisórias do governo. Entender os impactos atuais e futuros na sua empresa.
• Definir prioridade
Após entender as contas, defina o que é prioridade de pagamento e investimento do negócio. Evite gastos que não sejam muito necessários para a empresa.
• Plano de contas
Fazer levantamento de todas as despesas que a empresa tem hoje e nos próximos meses. Colocar os recebimentos futuros (se tiver) neste levantamento. Importante: separar contas de pessoa física e jurídica.
• Negociações
Buscar renegociar os prazos e custos possíveis, como fornecedores e dívidas bancárias.
• Presença virtual
Pensar em como colocar seu serviço na internet. Negócios que são estritamente presenciais, como cabeleireiros, estética, cerimonialistas podem pensar em conteúdos para expor na internet e relacioná-los a produtos que usam ou vendem. O importante de ter presença virtual é criar um relacionamento com o cliente. Dica: redes sociais são boas para divulgar os conteúdos e criar relacionamento com o cliente, mas tenha um site próprio para colocar o que produz.