As medidas de distanciamento social para retardar e reduzir a disseminação da covid-19 em países europeus podem ter evitado entre 21 mil e 120 mil mortes até o final de março, aponta uma análise preliminar de pesquisadores do Imperial College London.
Segundo a agência alemã Deutsche Welle, foram analisados o impacto de “intervenções não farmacêuticas”, incluindo isolamento de infectados, fechamento de escolas e universidades, banimento de reuniões de massa e eventos públicos e, mais recentemente, o distanciamento social.
Foram utilizados dados diários em tempo real do ECDC (Centro Europeu de Controle de Doenças, em inglês) sobre o número de mortes em 11 países: Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Noruega, Espanha, Suécia, Suíça e Reino Unido.
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Os modelos gerados pelos pesquisadores apontam que mudanças na taxa básica de reprodução – número médio de novas infecções geradas por infectado – são uma resposta imediata a essas intervenções.
Se a taxa básica de reprodução for maior do que 1, uma pessoa infectada passa a doença a pelo menos mais uma pessoa – ou seja, o vírus se propaga. Se for menor do que 1, isso significa que cada vez menos pessoas são infectadas, e o número total de contaminados diminui. É o que acontece agora.
O relatório reforça a conclusão de trabalhos anteriores segundo os quais “as medidas drásticas de controle implementadas na China mitigaram substancialmente a expansão da covid-19”. “Acreditamos que um grande número de vidas foram salvas”, disse à Deutsche Welle o professor sênior da Escola de Saúde Pública do Reino Unido Samir Bhatt, um dos autores do estudo. “Mas ainda é cedo para dizer se [com o isolamento social] é possível controlar totalmente as epidemias.”