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Bolsa fecha com recuperação leve e alta de 2,15%

O Ibovespa teve recuperação pontual nesta quinta-feira, 19, com o índice brasileiro ainda em torno dos menores níveis desde agosto de 2017. Nesta quinta-feira, 19, com suporte proporcionado pelo dia positivo em Wall Street, o principal índice da B3 fechou em alta de 2,15%, aos 68.331,80 pontos, tendo oscilado entre mínima de 61.690,53 e máxima de 70.071,33 pontos na sessão. O giro foi de R$ 34,4 bilhões. Na semana, o Ibovespa tem perda de 17,35%; no mês, de 34,40%; e no ano, de 40,91%.

Na ponta positiva do Ibovespa, JBS subiu hoje 18,69% e Rumo, 17,49%, em meio a sinais de que a economia da China começa a ensaiar algum grau de normalização, com o retraimento do coronavírus no país asiático. Entre as blue chips, Petrobras PN ganhou 8,15% e a ON, 12,67%, enquanto Vale ON cedeu 5,82%. Os bancos tiveram variação moderada a considerar o recente padrão, com Bradesco PN em alta de 0,29%, Banco do Brasil em baixa de 3,91% e Itaú Unibanco, em queda de 2,56%.

Considerando a correção iniciada na Quarta-Feira de Cinzas (26 de fevereiro), quando o Ibovespa caiu 7%, as perdas acumuladas no período posterior ao carnaval estão agora em 39,90% e, em relação ao pico histórico de 23 de janeiro (119.527,63), em 42,84%. Nas 17 sessões pós-carnaval, em que a volatilidade passou a predominar, dez sessões foram de baixa e sete de alta.

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«Na falta de bússola aqui, toda ajuda que chega de fora é bem-vinda, e Nova York fez isso hoje», diz um operador, acrescentando que os sinais de melhora já eram perceptíveis ontem, no pós-mercado. Tivemos hoje um movimento de fluxo, uma correção da perna de baixa, mas o mercado segue muito volátil, apesar desse repique. Ainda há muita insegurança e qualquer ruído pode resultar em novas perdas. A recomendação é de cautela», diz Rafael Panonko, analista-chefe da Toro Investimentos.

Em Nova York, os três índices de referência fecharam em terreno positivo, com destaque para alta de 2,30% no Nasdaq. Destaque para o petróleo que, muito depreciado pela crise do coronavírus e pela ampliação da oferta sinalizada no início do mês pela Arábia Saudita, subiu hoje 14,43% (Brent de maio), a US$ 28,47 por barril, enquanto a referência americana, o WTI (para o mesmo mês), saltou 24,39%, a US$ 25,91, após ter fechado ontem no menor nível do século.

Ao longo do ano passado, o interesse do investidor doméstico contribuiu decisivamente para o avanço do Ibovespa em direção a novos patamares históricos, com a migração de recursos da renda fixa para a variável, enquanto o estrangeiro retirava recursos da B3. Com a crise de confiança que sobreveio em 2020, especialmente a partir do coronavírus, o investidor doméstico se recolheu, e o estrangeiro, ainda acumulando saques no novo ano, vê agora a Bolsa ficar cada vez mais barata em dólar, com a moeda à vista negociada a R$ 5,10 no fechamento de hoje e o Ibovespa tendo perdido mais de 40% em relação ao pico.

«Apesar do nível de incerteza, em algum momento pode ficar interessante para o estrangeiro», diz um operador, na expectativa de uma «porta de entrada» para o investidor de fora. Não é o que o curto prazo parece indicar, contudo. Levantamento da corretora Renascença mostra que as posições compradas por estrangeiros em dólar futuro caíram ontem para o menor nível de março, mês em que os temores globais sobre o coronavírus mudaram de patamar.

Para um diretor de tesouraria, uma das explicações para essa desmontagem forte de posições é a saída de estrangeiros do País, em meio à forte turbulência no mercado financeiro mundial. Com isso, reduzem o hedge no câmbio para aplicações na Bolsa ou em juros. O Instituto Internacional de Finanças (IIF) ressalta que a saída de capital de emergentes se acelerou nos últimos dias, para níveis sem precedentes. No ano, a saída de recursos estrangeiros de ações na B3 está em torno de R$ 53 bilhões, superando com folga o total acumulado ao longo de 2019.

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