O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (28) seu plano de paz para o Oriente Médio, principalmente para o conflito árabe-israelense, durante coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
A proposta foi criada por Jared Kushner, assessor e genro do magnata. Entre as principais medidas do tratado está que Jerusalém continua reconhecida como capital indivisível de Israel, principalmente depois que o republicano transferiu a embaixada americana para lá. Trump rompeu com décadas de política externa dos EUA ao reconhecer Jerusalém como capital de Israel em 2017.
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A decisão foi elogiada por Netanyahu, mas rejeitada pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. O status final de Jerusalém sempre foi uma das questões mais difíceis e sensíveis no conflito israelense-palestino.
Em seu discurso, o republicano ressaltou a necessidade de dois estados, desde que a hostilidade e os ataques sejam encerrados na região, além de afirmar que Jerusalém Oriental será considerada capital do Estado Palestino. «Hoje Israel dá um grande passo em direção à paz. Jovens do Oriente Médio estão prontos para um futuro mais promissor, e os governos de toda a região estão percebendo que o terrorismo e o extremismo islâmico são inimigos comuns de todos», afirmou o magnata.
Trump explicou que «sua visão apresenta uma oportunidade em que todos os lados ganham, uma solução realista de dois estados que resolve o risco de um estado palestino para a segurança de Israel».
O plano de paz dos EUA para o Oriente Médio também exige quatro anos de congelamento dos assentamentos israelenses, dobrando o tamanho do território ocupado pela Palestina. Durante a coletiva, o presidente americano disse que se a transição ocorrer de uma forma pacífica, os Estados Unidos se comprometem em abrir uma embaixada também na capital da Palestina. «Quero que seja um grande acordo para os palestinos. É uma oportunidade histórica para eles, depois de 70 anos sem progresso», acrescentou.
O anúncio ocorre um dia depois do republicano receber Netanyahu, e seu rival nas eleições de 2 de março, Benny Gantz, em Washington. Os dois líderes, inclusive, expressaram «seu apoio a esse esforço, provando que o estado de Israel está buscando paz e a paz transcende a política de qualquer forma», informou Trump. Ele ainda brincou que Gantz e Netanyahu estão envolvidos na «eleição mais antiga de todos os tempos».
Segundo o mandatário americano, o projeto ainda prevê uma garantia de visita de muçulmanos à mesquita sagrada de Al-Aqsa em Jerusalém e um investimento de US$50 bilhões para a Palestina para gerar 1 milhão de novos empregos. O plano de paz tem 80 páginas e, de acordo com Trump, é o mais detalhado já apresentado até agora. Ele ainda alegou ter enviado uma carta ao presidente da Palestina sobre o pacto e pediu um período de quatro anos para negociar.
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Antes do anúncio, a Liga Árabe chegou a convocar uma reunião de emergência para o próximo sábado em resposta ao plano de paz de Trump, a pedido dos palestinos. Segundo o subsecretário da organização pan-árabe, Hosam Zaki, Abbas é esperado para participar do encontro e debater o chamado «Acordo do Século».
Mais cedo, as autoridades do Irã já haviam criticado o plano de paz para o Oriente Médio ressaltando que a proposta tenta «humilhar» os muçulmanos e que «está morto» antes até de ser colocado em prática. «Pode-se entender que eles [Estados Unidos] elaboraram um plano mais amplo para humilhar todos os muçulmanos com a ‘fraude do século'», afirmou o presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani.