O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) decidiu demitir nesta sexta-feira (17) o secretário de Cultura, Roberto Alvim. «Um pronunciamento infeliz, ainda que tenha se desculpado, tornou insustentável a sua permanência», diz a nota da Secretaria de Comunicação da Presidência de República.
Em vídeo no qual anuncia o Prêmio Nacional das Artes, Alvim citou textualmente trechos de um discurso do ideólogo nazista Joseph Goebbels, ao som de Wagner. «A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada», diz Alvim no vídeo.
Veja também:
Ambulantes agridem agentes do Metrô no terminal Capão Redondo
Protesto contra alta de tarifa acaba em tumulto; vídeo mostra PM agredindo mulher
Recomendados
“Quer ganhar um fuzil?” Motoboy rifava armas e munições em São Paulo
Saiba quem é a influenciadora digital grávida que morreu após complicações da dengue, em Goiânia
Homem mostra bumbum ao passar em radar e registro acaba na multa, no interior de São Paulo
https://twitter.com/CulturaGovBr/status/1217941233412321286
«A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada», disse Goebbels em pronunciamento para diretores de teatro, de acordo com o livro Goebbels: a Biography, de Peter Longerich.
O texto lido por Alvim em tom solene e pausado é bem mais longo, com outros trechos claramente inspirados pela ideia copiada de Goebbels. A peça de Wagner escolhida por secretário é um trecho da ópera Lohengrin, de Richard Wagner, que Hitler disse sua autobiografia ter tido importância capital em sua vida.
Em sua longa fala, Alvim diz que a cultura sob Bolsonaro terá inspiração nacional, religiosa. «Trata-se de um marco histórico nas artes brasileiras», diz ele, sobre o prêmio. «2020 será o ano de uma virada histórica. 2020 será o ano do renascimento da arte e da cultura do Brasil», encerra.