Um em cada dez brasileiros tem condições de pagar as despesas sazonais como IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) e material escolar, com os próprios rendimentos, sem que seja necessário fazer uma economia ou reserva financeira ao longo do ano. Segundo uma pesquisa da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e do SPC Brasil, 22% não fizeram qualquer planejamento para pagar esses compromissos em 2020.
Além disso, parte dos brasileiros está com o orçamento comprometido para além do primeiro trimestre do ano. Outro levantamento do SPC Brasil mostra que, na média, o brasileiro que parcelou as compras natalinas vai terminar de pagar as prestações somente em abril
A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, afirma que o recomendável é que o consumidor já tenha traçado no final do ano passado um planejamento das suas despesas sazonais, separando mensalmente uma quantia para essa finalidade.
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“Mas quem ainda não teve tempo ou nem pensou nisso precisa agilizar a organização para não passar sufoco e manter a disciplina para que as prestações não desajustem o orçamento”, completa.
À vista ou parcelado?
A especialista orienta o consumidor a pagar o IPTU e o IPVA sempre à vista, geralmente, com alguma reserva montada especificamente para esse tipo de gasto. Mas se ele quiser avaliar se o desconto no pagamento único é vantajoso em vez do parcelamento, deve fazer um cálculo mais criterioso.
A dica é checar se o desconto oferecido é maior do que o valor que esse dinheiro renderia caso estivesse em alguma aplicação financeira, como a poupança, por exemplo, que tem ganho de 0,3% ao mês.
Segundo dos cálculos do SPC Brasil, no caso do IPTU, considerando um parcelamento em 10 meses, o pagamento à vista será vantajoso se o desconto for superior a 1,5%. Para o IPVA, supondo um parcelamento em 3 vezes, basta que o desconto supere os 0,5%.
Já quem não tem dinheiro guardado deve inevitavelmente pagar a prazo e iniciar um planejamento para quitar essas despesas. Kawauti sugere que para os próximos anos, o consumidor faça uma programação automática ou vá separando todo mês um valor para quitar os compromissos sazonais.