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Poupança passa a dar prejuízo para investidor; saiba o que fazer

Com queda da Selic, caderneta tem rendimento abaixo da inflação

Joshua Willson/Pixabay

É hora do investidor se mexer. Com as recentes quedas da taxa básica de juros, a poupança começou a render abaixo da inflação.

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Na última semana, o Banco Central reduziu a Selic de 5% para 4,5% ao ano. E o rendimento da poupança, que equivale a 70% da taxa básica, ficou em 3,15% ao ano. Caso os juros permaneçam nesse patamar, o ganho da caderneta seguirá abaixo da inflação projetada pelo mercado para 2020, de 3,60%. Somente os valores depositados antes de 2012 continuam rendendo 6,17% ao ano.

Segundo Daniel Jannuzzi, especialista de investimentos da Magnetis, cabe a cada pessoa decidir o que fazer com o dinheiro depositado na poupança, que ainda é utilizada por muitos  investidores como reserva para as contas do mês. “No entanto, deixar muito dinheiro na poupança não é vantajoso, uma vez que existem opções de investimento mais eficientes no mercado”, afirma

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Para o especialista, o Tesouro Selic é a melhor porta de entrada para quem ainda não saiu da caderneta e quer manter uma reserva de emergência. Com liquidez e valores baixos de entrada, ele permite que a pessoa se familiarize com a dinâmica dos investimentos. “É a opção mais indicada para quem quer ter o dinheiro seguro e sempre à mão, mas não é o ideal para quem pode investir por mais de um ano”, afirma.

A mesma análise vale para os CDBs com liquidez diária. Nesse caso, é preciso prestar atenção à rentabilidade, que costuma ser menor em grandes bancos. “Existem no mercado opções de CDBs e RDBs que rendem 100% do CDI, uma boa referência para quem busca segurança e com bom rendimento”, diz.

Poupança - dezembro 2019 - Selic 4,5%

Diversificação e risco

Já o investidor que deseja maior rentabilidade precisará arriscar mais. A recomendação de especialistas é a diversificação. “Quando se fala em risco, cada pessoa tem o seu grau de tolerância. Um CDB de um banco menor já pode ser considerado arriscado para uma pessoa, dependendo do valor depositado nessa aplicação, do seu prazo de vencimento, dentre vários outros fatores”, afirma.

Jannuzzi  recomenda  uma análise criteriosa  de objetivos pessoais e do perfil. “É possível montar desde carteiras conservadoras até portfólios mais sofisticados com boa diversificação e boa performance”, diz.

Além da renda fixa

Um dos investimentos que têm crescido são os fundos imobiliários com queda da Selic e a expectativa de crescimento da economia. Mas o professor da Fipecafi, George Sales, alerta que esse tipo de aplicação é recomendado para quem não tem pressa. “Pode ser que ele demore para dar retorno ou seja necessário aportar dinheiro. Então a pessoa precisa ter disponibilidade de recursos e estar disposta a correr risco”, afirma.

Na hora de investir, é preciso avaliar o que tem na carteira do fundo, que pode ser composto, por exemplo, por hotéis, shoppings e lajes corporativas. “É preciso olhar caso a caso. São vários tipos de investimentos imobiliários”, afirma Sales.

Os riscos, diz o professor, sãos mesmos que você teria com um imóvel. “Na vacância pode ser que não tenha aluguel para receber, mas daí o imóvel continua com os custos operacionais”, afirma.

Outra opção são os fundos multimercados,  que podem aplicar em diferentes mercados (renda fixa, câmbio e, ações, entre outros). Sales também cita os fundos de ações, que podem replicar um índice (passivos)  ou buscar uma rentabilidade superior ao do indicador pré-definido (ativos).

O professor destaca que esses fundos também são recomendados apenas para quem pensa no longo prazo. “Para quem tem tiro curto e precisa usar dinheiro no curto espaço de tempo, é melhor não brincar”, diz.

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