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OEA denuncia manipulação nas eleições da Bolívia

A Organização dos Estados Americanos (OEA) divulgou na noite desta quarta-feira (4) seu relatório final da auditoria sobre as eleições presidenciais de 20 de outubro na Bolívia, que confirma ter havido uma «manipulação dolosa» para alterar os resultados.

O documento tem 96 páginas, além de mais 500 em arquivos anexados, e afirma que a fraude ocorreu em «dois níveis». Em primeiro lugar, por meio da alteração de atas e da falsificação das assinaturas dos mesários. Em seguida, a OEA diz que houve um redirecionamento do fluxo de dados para dois servidores ocultos e não controlados pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), permitindo a «manipulação» de informações e a «supressão de atas».

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«A esses fatos se somam irregularidades graves, tais como a falta de cópias de segurança das atas e a perda de material relevante», declarou a entidade. «A partir das esmagadoras evidências encontradas, o que é possível afirmar é que houve uma série de operações dolosas para alterar a vontade das urnas», concluiu o relatório.

Segundo o TSE, Evo Morales venceu as eleições em primeiro turno, ao obter 47,08% dos votos, pouco mais que os 10 pontos de vantagem necessários sobre o segundo colocado, Carlos Mesa, com 36,51%.

Dados iniciais da apuração, no entanto, apontavam que haveria um segundo turno entre os dois candidatos. A divulgação de parciais da contagem chegou a ser suspensa, e quando foi retomada, os números já indicavam uma vitória de Evo em primeiro turno.

Alvo de protestos, o então presidente chegou a anunciar uma nova eleição, mas não resistiu às pressões das Forças Armadas e da Polícia e renunciou ao cargo, obtendo asilo político no México. Todos os que estavam na linha sucessória também se demitiram, o que abriu caminho para a ascensão de Jeanine Áñez.

Então segunda vice-presidente do Senado, a opositora assumiu o comando da Casa e se autoproclamou presidente interina em uma sessão sem quórum.

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