IPRF, IPVA, IPTU… São tantas siglas de tantos impostos diferentes que é difícil saber para onde vai todo esse dinheiro. E mesmo quem não lida com nenhuma dessas taxas, ainda paga alguma tributação ao Governo: é o chamado imposto indireto, que já vem embutido naquilo que você consome.
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A ONG Oxfam Brasil lançou uma plataforma que ajuda o brasileiro entender como funciona a distribuição dessa verba. «Entendemos que para além de mostrar o quanto que uma pessoa paga de imposto, é importante demonstrar também a importância de contribuir com isso», explica a consultora da Oxfam Brasil, Grazielle David.
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Por exemplo, quem recebe um salário mínimo financia, por ano, o atendimento de uma pessoa no SUS e um estudante de escola fundamental. Também é responsável pela manutenção de 219 pontos de iluminação pública.
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A mesma plataforma também demonstra o quanto de imposto é cobrado de cada faixa salarial. Quem tem renda de até R$ 515 contribui com cerca de 28% do salário – bem acima da média, que é de 19%. Curiosamente, quem ganha mais de R$ 46 mil é taxado em apenas 7% da renda. Sim, quem ganha menos paga proporcionalmente mais impostos.
«A tributação é muito baseada sob o consumo. Então, independentemente de você não estar pagando o imposto de renda – que normalmente é quanto as pessoas têm consciência de que estão pagando imposto – você vai estar pagando impostos também», afirma David. «Mas deveria ser mais justo, melhor distribuído, e não como está hoje: os mais pobres pagando proporcionalmente mais, a classe média mais estável e os mais ricos pagando muito menos impostos».
Essa é justamente a intenção da plataforma «O valor do seu imposto»: demonstrar a diferença brutal das contribuições entre quem sobrevive com menos de um salário mínimo e quem ganha, mensalmente, mais que outros ganham durante todo o ano. Com isso, a Oxfam espera conscientizar a população e incentivar que a reforma tributária seja cobrada de forma mais ativa.
«Resolvemos analisar a reforma tributária e, quando a gente avalia e coloca ela nesse formato de calculadora, descobrimos que ela não promove redução de desigualdade – pelo contrário, ela amplia», ressalta a consultora.
«O valor do seu imposto» foi montada a partir de uma base de informações elaborada através da junção de diferentes pesquisas e dados públicos. Foram utilizadas as bases da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), da POF (Pesquisa de Orçamento Família), ambas do IBGE, e das declarações de IPRF (Imposto de Renda de Pessoas Físicas), da Receita Federal.
Para calcular a partir do seu salário, basta acessar o site especial «O Valor do Seu Imposto».