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Chegada de manchas de óleo ao Nordeste completa dois meses; já são 268 locais atingidos

As manchas de óleo que chegaram ao Nordeste do país há exatos dois meses já atingem 268 localidades, em 94 municípios dos nove estados do Nordeste.

As manchas de óleo que chegaram ao Nordeste do país há exatos dois meses já atingem 268 localidades, em 94 municípios dos nove estados do Nordeste. Desde 30 agosto, houve registros em locais de forte apelo turístico, como Porto de Galinhas (PE), Maragoji (AL), Mangue Seco (SE), Salvador e Morro de São Paulo (BA).

O rastro de manchas está presente em todos os estados da região nordeste. A limpeza de praias, manguezais e rios une gente de todas as idades.

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Em Cabo de Santo Agostinho, na grande Recife, Everton Miguel dos Anjos, de 13 anos virou um dos símbolos dessa luta. Com sacos plásticos de lixo enrolados ao corpo, o garoto fez a parte dele e a imagem percorreu o mundo.

Na Bahia, onde as manchas já chegaram a 22 municípios, cerca de 500 voluntários trabalham diariamente na limpeza das praias. Um dos integrantes do grupo Guardiões do Litoral, Juvenal Lacerda, conta que conseguiram dinheiro para comprar equipamentos de proteção e descontos nas lojas que vendem esses materiais.

Cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro estudaram o deslocamento do óleo e chegaram à conclusão de que o vazamento parte de águas internacionais. Segundo as pesquisas, o problema ocorreu em uma área que fica a 700 quilômetros da nossa costa.

Atualmente, 30 navios e outras embarcações de dez países são investigados para esclarecer a origem do material, como explica o comandante de operações navais da Marinha do Brasil, almirante Leonardo Puntel.

Impacto local

Em alguns locais, como na praia de São José da Coroa Grande, no litoral sul de Pernambuco, algumas pessoas buscaram atendimento médico com dor de cabeça, náusea e alergia nas partes do corpo onde houve contato com o piche.

A coordenadora do programa de pós-graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho da Universidade Federal da Bahia, Rita Rêgo, explica que o episódio fez pesquisadores da instituição decretarem Estado de Emergência em Saúde Pública para controle dos riscos que podem surgir a partir do contato com a substância. Caso seja aceito o pedido pelo Governo do Estado, serão asseguradas medidas urgentes, como atendimento às pessoas que atuam nas praias e manguezais.

A presença da substância já foi detectada em mais de 30 amostras de pescado recolhidas na Bahia.

O Governo Federal anunciou uma parcela de R$ 998 mensais do seguro defeso para pescadores e marisqueiras pelos próximos dois meses R$ 139 milhões serão liberados pela União. Ainda não há um prazo definido para o início do pagamento. Mas, muitas pessoas que vivem da pesca e do marisco não estão cadastradas nas associações que unem essas categorias e devem ficar de fora do benefício, de acordo com a marisqueira Maria José Pacheco.

Na última segunda-feira (28), o Ministério Público Federal entrou com uma ação nova contra a União para que o Plano Nacional de Contingência seja acionado. A Advocacia Geral da União informou que o plano já está instaurado e que as unidades responsáveis pelo controle marinho e do meio ambiente fazem as atividades de limpeza, contenção e monitoramento das manchas. O MP afirma que o plano atual tem adaptações do Governo que diminuem a capacidade de resposta à crise ambiental.

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