Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, aparece em áudio de WhatsApp obtido pelo jornal O Globo nesta quinta-feira (24) falando sobre indicações para cargos no Congresso Nacional.
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De acordo com a publicação, a mensagem foi enviada por Queiroz em junho – seis meses depois da revelação que o ex-assessor foi citado em relatório do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf, agora Unidade de Inteligência Financeira) por movimentações atípicas em sua conta.
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«Tem mais de 500 cargos, cara, lá na Câmara e no Senado», diz Queiroz no áudio. «Pode indicar para qualquer comissão ou, alguma coisa, sem vincular a eles em nada. ‘Vinte continho’ aí para gente caía bem pra c*».
Queiroz cita o gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro. «O gabinete do Flávio faz fila deputados e senadores lá para conversar com ele. Faz fila. É só chegar: ‘meu irmão, nomeia fulano para trabalhar contigo aí’. Salariozinho bom, para a gente que é pai de família, p* que pariu», diz.
Valor incompatível
O Ministério Público quer saber por que Queiroz, de janeiro de 2016 a janeiro de 2017, movimentou em uma conta mais de R$ 1,2 milhão, quantia considerada incompatível com a renda do assessor Ele trabalhava para Flávio, oficialmente, como motorista.
Em maio, a Justiça do Rio autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal do senador e de Queiroz, atendendo um pedido do Ministério Público Estadual do Rio, junto com familiares de ambos e dezenas de outras pessoas que trabalharam com o então deputado estadual.
Um mês depois, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli suspendeu, a pedido da defesa de Flávio, todos os processos judiciais que tramitam no País onde houve compartilhamento de dados da Receita Federal, do Conselho de Controle de Atividades Financeiras e do Banco Central com o Ministério Público sem uma prévia autorização judicial.
Com a determinação do ministro, todos os casos que tratam sobre a controvérsia ficam suspensos até que o STF decida sobre a questão, incluindo o processo contra Flávio.
Em 30 de setembro, Gilmar Mendes decidiu suspender processos envolvendo a quebra do sigilo de Flávio no caso. A decisão de Gilmar atende ao pedido da defesa do filho do presidente, que alegava que processos que miram Flávio não foram devidamente suspensos, desrespeitando, portanto, a decisão de Toffoli.