O presidente da Turquia, Recep Erdogan, anunciou ontem a operação “Primavera da Paz”, invasão ao nordeste da Síria para combater forças curdas. A ofensiva se tornou possível após a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de retirar as tropas norte-americanas da região. A coalizão curda SDF (Forças Democráticas da Síria) foi a principal aliada dos EUA na luta contra o EI (Estado Islâmico) e controla hoje o nordeste da Síria, área na fronteira com a Turquia.
Os primeiros ataques atingiram os vilarejos de Mishrefe, Asadiya e Bir Nuah, a sul e a sudeste da cidade fronteiriça de Ras al-Ayn (mapa), também bombardeada. Disparos de artilharia acertaram alvos em Tal Abyad, que, junto com Ras al-Ayn, será a “porta de entrada” para os turcos na Síria. Oito civis e três combatentes morreram.
Centenas estão em fuga das áreas golpeadas. A primeira ofensiva, pela manhã, foi liderada por milícias sírias pró-Ancara e por caças turcos. Horas depois, no final da tarde, tropas terrestres da Turquia entraram em ação. Milícias curdas dispararam cerca de uma dezena de tiros de morteiro em direção à cidade fronteiriça turca de Nusaybin.
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O presidente Trump considerou o ataque “uma má ideia”, e países da União Europeia pediram uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU para discutir a crise. METRO
Erdogan teme fortalecimento dos movimentos separatistas curdos
O presidente Recep Erdogan alega que o objetivo da ofensiva na Síria é combater as YPG (Unidades de Proteção Popular), milícia que integra as SDF e é ligada ao PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão), organização considerada como terrorista pela Turquia, pelos EUA e pela União Europeia.
Erdogan teme que a criação de um território autônomo curdo na Síria fortaleça movimentos separatistas em seu país, que abriga boa parte dos cerca de 30 milhões de membros dessa etnia, considerada o maior povo sem pátria no mundo. “Vamos preservar a integridade territorial da Síria e libertar comunidades locais dos terroristas”, disse ele.
A ação tem o apoio do Exército Livre da Síria, que combate o regime do presidente Bashar al-Assad. As autoridades curdo-sírias, por sua vez, convocaram toda a população da região a se dirigir à fronteira com a Turquia para “cumprir seu dever moral de resistência neste momento histórico e delicado”.