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Boris Johnson suspende atividades no Parlamento Britânico, com aval da rainha Elizabeth II

Medida busca coibir a articulação dos parlamentares contrários a um Brexit sem acordo

Reprodução/Getty Images Europe

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A rainha Elizabeth II aprovou nesta quarta-feira (28) o pedido do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, de suspender as atividades do Parlamento, entre 9 e 12 de setembro até 14 de outubro, duas semanas antes do prazo do Brexit, informou a agência Press Association.

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A medida foi anunciada nesta quarta-feira (28) e é uma forma de dificultar os trâmites de parlamentares contrários à separação da União Europeia sem acordo, de acordo com a «BBC». As sessões deveriam voltar do recesso de verão em 3 de setembro.

Segundo comunicado de Downing Street, a solicitação diz respeito à suspensão do atual período parlamentar na «segunda semana útil de setembro». Além disso, o líder conservador informa que o tradicional programa para a próxima legislatura, batizado de «discurso da rainha» Elizabeth II será feito no dia 14 de outubro. No texto, é ressaltado que «a decisão de encerrar a atual sessão parlamentar – a mais longa em quase 400 anos e uma das menos ativas nos últimos meses – permitirá ao primeiro-ministro apresentar um novo programa nacional aos deputados para debate e escrutínio».

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Johnson ainda explica que dará garantias de que «exista tempo suficiente» para o Parlamento continuar analisando as questões sobre o Brexit, antes e depois do Conselho Europeu. A notícia provocou reações duras da oposição. O porta-voz da Câmara dos Comuns, John Bercow, classificou a medida como um «ultraje constitucional». «É óbvio que o objetivo de [suspender o Parlamento] agora seria parar [parlamentares] de debater o Brexit e de cumprir seu dever de moldar um curso para o país», afirmou.

Já o primeiro-ministro escocês, Nicola Sturgeon, disse, em uma publicação no Twitter, que «parece que Boris Johnson está prestes a fechar o Parlamento e impor um Brexit sem acordo». «A menos que os parlamentares se unam para pará-lo na próxima semana, hoje será lembrado como um dia negro para a democracia britânica».

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Homem veste uma máscara do primeiro-ministro Boris Johnson ao protestar em Downing Street (HENRY NICHOLLS/REUTERS)

A deputada trabalhista Yvette Cooper, por sua vez, ressaltou que o premier «está tentando usar a rainha para concentrar o poder em suas mãos. É uma maneira muito perigosa e irresponsável de governar».

O conservador Dominic Grieve chamou a iniciativa de «ato escandaloso». Após o anúncio, a libra esterlina sofreu uma desvalorização de quase 1%. A moeda britânica chegou a perder 0,94% em relação ao euro e ao dólar. No último final de semana, Johnson já havia dito ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, que o Reino Unido sairia da UE na data proposta, independentemente das circunstâncias.

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