O 1º promotor do Meio Ambiente de São Paulo, Carlos Henrique Prestes Camargo, instaurou inquérito sobre «eventuais danos ao patrimônio público de interesse histórico, com a remodelação e redecoração do Palácio dos Bandeirantes, com descaracterização de móveis de madeira de lei, pisos e adornos, que foram pintados com tinta preta, inclusive brasões do Estado de São Paulo». Segundo a portaria de instauração do procedimento, «também há a notícia de que o Governador do Estado de São Paulo pretende alugar áreas do Palácio dos Bandeirantes para a realização de eventos privados». As informações foram divulgadas pelo site do Ministério Público Estadual de São Paulo.
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O governo João Doria (PSDB) afirmou, por meio de nota, que as obras são de «manutenção corretiva» e foram realizadas após dez anos, que envolveu, «troca de forros e pisos, vidros e recuperação da elétrica e hidráulica das instalações, assim como pintura depois de relatório técnico apontar a necessidade de correção para a proteção do patrimônio público». «Não houve nenhum prejuízo ou maculação de móveis ou bem histórico, pelo contrário o acervo do Palácio foi protegido e qualquer dano a obras de Tarsila Amaral, Brecheret, entre as 4 mil obras existentes, seria irreparável».
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O promotor pediu que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) informe se teve conhecimento das alterações no Palácio, e ainda pede que seja acionada a Promotoria do Patrimônio Público e Social de São Paulo analise «adoção das medidas cabíveis com relação ao gasto de aproximadamente R$ 2 milhões em reformas e ações de redecoração desnecessárias, feitas pelo Governo do Estado de São Paulo no Palácio dos Bandeirantes».
O Ministério Público diz ter recebido um requerimento de uma pessoa, cujo nome foi preservado, que «solicitou providências com relação a eventuais danos ao patrimônio público parcialmente tombado (Resolução 06/2016-CONPRESP), com a remodelação e redecoração do Palácio dos Bandeirantes, com descaracterização de móveis de madeira de lei, pisos e adornos, que foram pintados com tinta preta, inclusive brasões do Estado de São Paulo».
De acordo com o denunciante, o governador João Doria (PSDB) «efetuou a redecoração do Palácio dos Bandeirantes, causando danos ao patrimônio público e a bens de valor histórico». «Afirmou que móveis de madeira de lei, adornos antigos e brasões foram descaracterizados com pinturas».
Segundo o Ministério Público, «apesar de o Palácio dos Bandeirantes ter apenas a fachada tombada, o inquérito pretende determinar se o governo poderia modificar os móveis, pisos, mesas e demais bens que possuem interesse histórico e artístico sem a consulta de órgãos preservacionistas».
Defesa
Em nota, o Palácio dos Bandeirantes informou: «Após 10 anos, foram realizadas obras de manutenção corretiva no Palácio dos Bandeirantes como troca de forros e pisos, vidros e recuperação da elétrica e hidráulica das instalações, assim como pintura depois de relatório técnico apontar a necessidade de correção para a proteção do patrimônio público. Não houve nenhum prejuízo ou maculação de móveis ou bem histórico, pelo contrário o acervo do Palácio foi protegido e qualquer dano a obras de Tarsila Amaral, Brecheret, entre as 4 mil obras existentes, seria irreparável. Toda a manutenção passou por avaliação e acompanhamento do Acervo Cultural e Artístico dos Palácios do Governo. O Estado oferecerá todas as informações solicitadas ao MP-SP.»