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Prefeitura recebe propostas para a aguardada licitação dos ônibus; há apenas uma concorrência

Aguardada desde 2013, a licitação dos ônibus não vai proporcionar parte da renovação que se espera: não haverá grandes disputas entre concorrentes e as empresas que vão operar o serviço pelos próximos 20 anos na capital devem ser as mesmas de hoje.

Depois de questionamentos do Tribunal de Contas, bloqueios da Justiça e bilhões gastos em contratos emergências, a prefeitura recebeu ontem os envelopes das empresas interessadas na licitação.

Dos 32 lotes, em apenas um haverá disputa, pois duas empresas se interessaram. Para cada um dos outros 31 lotes há proposta de apenas uma viação ou consórcio – que são representados, majoritariamente, por empresas que já operam na cidade, algumas só com novo nome, segundo o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).

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Os contratos devem ser assinados em 90 dias, após avaliação da documentação e das propostas. A licitação é esperada desde 2013, quando venceram os últimos contratos.

“Esse atraso é um grande prejuízo para a população. Queremos mais investimento, renovar a frota, ampliar a oferta e é isso o que a nova licitação apresenta”, afirmou o prefeito Bruno Covas (PSDB).

Para o pesquisador em mobilidade do Idec Rafael Calabria, a falta de concorrência pode estar relacionada às regras do edital, como a que exige que as empresas tenham garagem na cidade – o que dificulta a entrada de companhias de fora.

Para a SPUrbanuss (sindicato que representa as empresas), a complexidade e a grandeza da capital favorecem os grupos que já atuam na cidade – e que estão entre os que têm maior capacidade de investimento.

Itinerários devem mudar

Seis meses depois de os contratos com as empresas vencedoras da licitação serem assinados, mudanças em linhas e itinerários devem começar a ser implantadas.

Hoje, o sistema é dividido entre estrutural –ligações entre bairros e até o centro– e local –dentro dos bairros.
Com a licitação, haverá um grupo intermediário, ligando grandes bairros. Algumas linhas que hoje vão até o centro devem ser divididas em duas, levando passageiros a trocarem de veículo. Mas a prefeitura diz que, apesar disso, haverá redução no tempo das viagens.

Protesto

Manifestantes convocados pelo MPL (Movimento Passe Livre) realizaram na terça-feira (5) pela região central mais um protesto contra o aumento da tarifa – de R$ 4 para R$ 4,30, determinado em janeiro

Promessas

Ao longo dos próximos 20 anos, ônibus devem ter:
• Itens de acessibilidade.
• Ar-condicionado.
• Wi-fi.
• Tomadas USB.
• Câmeras de segurança.
• Bloqueio para que não rodem com porta aberta.
• Motor menos poluente.
• Suspensão que se ajuste à altura da plataforma.

Números

• R$ 71 bi
é o valor global do contrato entre a Prefeitura de São Paulo e as viações por duas décadas de serviços

• 9,4 mi
de passageiros são transportados diariamente pelos ônibus municipais nos dias úteis, em média

• 13,5 mil
é a atual frota operacional de ônibus na capital. Com a nova licitação, número será reduzido em cerca de 7%

• 1.340
linhas estão em operação hoje na capital. Inicialmente, pelo menos 132 serão eliminadas com os novos contratos

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