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Inspirado no Big Ben, relógio de Paranapiacaba passa por reforma

Peça central de Paranapiacaba, em Santo André, o relógio que enfeita fotos de milhares de turistas vai ficar ainda mais bonito nos próximos meses. A torre passa por reforma, que se iniciou nesta semana e se estenderá pelos próximos cinco meses.

A peça é parte do conjunto tombado como patrimônio histórico pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Ela é de propriedade da MRS Logística, empresa responsável pela obra e que promete ampliar a revitalização. “Além do restauro do relógio, vamos restituir as duas cabines (de sinais e manobras) às suas condições originais. Num segundo momento, iremos atuar também sobre a passarela e o muro de cantarias, que é o elemento mais antigo do complexo de Paranapiacaba”, diz a MRS em nota.

A empresa foi notificada em 2013 pelo MPF (Ministério Público Federal) para que apresentasse plano de recuperação de seus bens no local. O processo intimava também a Prefeitura de Santo André, União e Iphan.

A MRS não revela o custo da intervenção, mas afirma que a verba foi conquistada com apoio da Lei Rouanet, que concede isenção de impostos para empresas que investem em cultura.

SOBRE O RELÓGIO

A inspiração do Big Ben teve suas peças fabricadas no Reino Unido e foi montada na Vila em 1898. Era utilizada pelos funcionários da companhia inglesa São Paulo Railway para controlar os turnos de trabalho. O relógio ficou parado por 11 anos, entre 1993 a 2004, até que uma peça desgastada foi restaurada pela Rolls Royce do Brasil.

A MRS diz que vai realizar oficinas de restauro para a comunidade durante as obras. “A ideia é apresentar às crianças da Vila uma visão de como funciona uma restauração histórica, inclusive com atividades práticas.”

O educador e guia turístico de Paranapiacaba Eduardo Pin, que é também membro do conselho do patrimônio histórico da cidade pela AMA (Associação dos Monitores Ambientais de Paranapiacaba), diz que a reforma vem em boa hora. “Sempre questionamos o descaso da concessionária em relação a conservação do bem”, afirma.

A Vila deveria passar também por revitalização dos prédios e casas na parte baixa. Mas os trabalhos estão há cerca de um ano e meio parados. Eles são financiados pelo Iphan via PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Cidades Históricas. A prefeitura, responsável pelas obras, promete retomá-las ainda neste mês.

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