O Grupo CCR, concessionária que administra parte das rodovias estaduais, e o MP-SP (Ministério Público de São Paulo) assinaram nesta quinta-feira termo de autocomposição, no qual a empresa se compromete a pagar multa de R$ 81,5 milhões após relatar ter feito doações a políticos paulistas por caixa dois entre 2009 e 2013.
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Os nomes não foram divulgados pelo MP, mas o Jornal da Band apurou que entre os beneficiados pelo esquema, estão: José Serra (PSDB), com doação à sua campanha presidencial em 2010, Geraldo Alckmin (PSDB), para a campanha ao governo paulista em 2010, Gilberto Kassab, para a montagem de seu partido, o PSD, a senadora Marta Suplicy (MDB) em sua campanha ao Senado em 2010, quando era do PT, e o deputado estadual Campos Machado (PTB).
A CCR relata ter doado R$ 44,6 milhões, em valores corrigidos. Com o acordo firmado com o MP, encerrase inquérito civil instaurado em março. Dos R$ 81,5 milhões que serão pagos, R$ 17 milhões serão doados para construir a biblioteca da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
“Não é o fim, mas o começo de uma grande investigação contra vários ex e atuais agentes políticos”, falou o promotor José Carlos Blat, da Promotoria do Patrimônio Público.
As investigações devem durar até o início de março de 2019. De acordo com Blat, por enquanto, não há indícios de que houve atos de corrupção. “Se houver identificação de contrapartida, levará ou a reformulação do acordo ou a rescisão. Todas as provas conduzidas estão validadas e (envolvidos) podem ser responsabilizados.”
Outro lado
Em nota, Serra, Alckmin, Machado e Kassab declararam que tiveram as contas eleitorais aprovadas pela Justiça e que sempre realizaram seus atos na forma da lei. A assessoria de Marta não retornou. Já a CCR afirmou que segue contribuindo com todas as autoridades públicas a fim de esclarecer os fatos.