O Metro Jornal inicia hoje uma série de reportagens com as propostas para o estado de São Paulo dos candidatos mais bem colocados nas pesquisas eleitorais.
A partir dos planos de governo registrados na Justiça Eleitoral, vamos mostrar o que os postulantes pensam a respeito de alguns dos mais complexos problemas do estado e como pretendem atacá-los. O primeiro tema é a segurança pública.
O direito à segurança é um dever do estado e uma das principais preocupações da população. Divulgada mês passado, pesquisa do Ibope mostrou que o paulista considera a segurança pública como o terceiro maior problema de São Paulo.
Recomendados
Lotofácil 3083: resultado do sorteio desta sexta-feira (19)
Sem empréstimo, sem enterro! Tio Paulo ainda não foi enterrado porque família alega não ter dinheiro
“Tio Paulo” era um homem simples, sem mulher ou filhos, dizem vizinhos. “Gosta de um biricutico”
Nos três anos completos desde a última eleição (2015, 2016 e 2017), São Paulo registrou queda nos índices de crimes contra a vida – homicídio (-12,3%) e latrocínio (-3,2%) – e também contra o patrimônio – roubo (-1,1%) e furto e roubo de veículo (-8,8%) –, com alta só nos furtos, de 4,1%.
Apesar da redução no número destas ocorrências, outros dois delitos têm contabilizado alta: os casos de estupro, com aumento de 19,7% no mesmo período, e o roubo de cargas, que cresceu 24,6% nos últimos três anos.
Intensificar a queda destes índices será um dos desafios do novo governador, segundo o especialista em segurança pública e privada Jorge Lordello, além do combate ao crime organizado.
“Para atacar as facções criminosas, é preciso desmontá-las pelo topo, onde estão os líderes, e não na base, onde ficam os pequenos bandidos, que são substituídos facilmente. Isso exige investigação, inteligência policial e parceria com o governo federal, já que as armas e drogas que movimentam essas quadrilhas entram pelas nossas fronteiras desprotegidas.”
-
João Doria (PSDB)
O plano prevê repetir o sucesso na redução dos homicídios e no combate ao crime organizado, principalmente no tráfico de drogas e armas, aumentando a integração e o compartilhamento de informações. Também projeta recompor e redistribuir o efetivo da polícia nas cidades e promover integração com as guardas municipais, além de enfrentar a violência contra a mulher e aumentar as vagas em presídios em parceria com a iniciativa privada.
-
Luiz Marinho (PT)
O texto descreve que a política de segurança será baseada na promoção, garantia e ampliação de direitos, com o desenvolvimento de ações de prevenção à violência, sobretudo nas periferias. Também prevê reestruturar a Polícia Civil e modernizar os equipamentos, além de aumentar o efetivo policial nas ruas. Na área prisional, projeta reorientar a política de vagas nas cadeias e viabilizar as audiências de custódia em todas as comarcas.
-
Márcio França (PSB)
O item número um do plano de governo prevê investir no serviço de inteligência policial, com ações entre as esferas federal, estadual e municipal. Também prevê ampliar a integração entre as polícias, criar metas para a redução de crimes e combater a corrupção na corporação. Projeta criar a “Rondas Maria da Penha”, para enfrentar a violência contra a mulher, e incentivar a aplicação de penas alternativas, como a prestação de serviços à comunidade.
-
Paulo Skaf (MDB)
O plano de governo projeta unificar o sistema de informação das polícias, integrá-las às guardas municipais e reorganizar o seu funcionamento. O plano também prevê ações contra os pancadões, controle da escala para evitar sobrecarga de trabalho dos policiais e a criação de uma coordenadoria para unir polícia e Fisco e coibir crimes como receptação e lavagem de dinheiro oriundos de roubos, furtos, contrabandos e o tráfico de drogas.
-
Major Costa e Silva (DC)
O plano de governo prevê reestruturar os planos de carreira das polícias Militar e Civil, integrar as polícias e oferecer respaldo jurídico para os profissionais da segurança pública. Além disso, projeta reformular o sistema penitenciário e estabeler intercâmbio internacional com outros órgãos de segurança.
-
Marcelo Candido (PDT)
O plano de governo prevê realizar ações preventivas de inclusão social, sobretudo para impedir o aliciamento dos mais jovens pelo tráfico de drogas, e combater a criminalidade com maior rigor. Além disso, projeta investir em inteligência policial, aumentar o efetivo das polícias e reformular o sistema prisional.
-
Professor Cláudio Fernando (PMN)
Não disponibilizou plano de governo na Justiça Eleitoral
-
Professora Lisete (Psol)
O plano de governo prevê oferecer capacitação continuada para policiais militares e civis e estabelecer metas para a redução de crimes. Além disso, projeta uma agenda de desencarceramento com audiências de custódia, a extinção dos grupos de elite e a criação de progamas em benefício dos familiares dos policiais.
-
Rodrigo Tavares (PRTB)
O plano de governo prevê recompor os salários dos profissionais com base na inflação e colocar em atividades nas ruas os policias que hoje realizam funções burocráticas. Também projeta blindar os carros das polícias, terceirizar a frota e disponibilizar armas longas, como a calibre 12, em todas as viaturas.
-
Rogério Chequer (NOVO)
O plano de governo prevê analisar parcerias para a contratação de produtos e serviços e a construção de presídios. Também projeta integrar as polícias, liberando para atividades nas ruas os profissionais em funções burocráticas, e se unir com as prefeituras em ações de limpeza, fiscalização e iluminação públicas.
-
Toninho Ferreira (PSTU)
O plano de governo prevê ações de combate ao machismo e ao feminicídio e a criminalização da “LGBTfobia”, com amplo atendimento médico e psicológico às vítimas.
Números sobre segurança do Estado de São Paulo
> 225,8 mil
é a população carcerária do estado*
> 83,5 mil
é o efetivo de policiais militares**
> 30,2 mil
é o efetivo de policiais civis e policiais técnico-científicos**
Fontes: *SAP (Secretaria da Administração Penitenciária); **SSP (Secretaria da Segurança pública)