O pintor Jober Pereira da Silva, 23 anos, usa a ciclovia da avenida Marquês de São Vicente (zona oeste) todos os dias para buscar o filho na escola. Refeita, ela agora não tem mais toda a pista pintada de vermelho: uma faixa branca e uma vermelha, além de tachões, a separam da parte por onde passam os carros, logo ao lado.
“Eu preferia do jeito que era antes, porque chamava mais a atenção dos motoristas”, disse sobre a mudança.
Mas Jober terá de se acostumar. O novo padrão está sendo adotado pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) nas novas ciclovias e ciclofaixas implantadas ou naquelas que tiveram que ser refeitas após o recapeamento da via dentro do projeto Asfalto Novo.
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De acordo com a companhia, o novo padrão de sinalização, previsto no CTB (Código de Trânsito Brasileiro), inclui ainda a pintura do fundo vermelho nas aproximações dos cruzamentos, placas de regulamentação e pictogramas no solo reforçando que o local é destinado aos ciclistas.
O gerente técnico do Observatório Nacional de Segurança Viária, Renato Campestrini, disse que a legislação prevê os dois modelos: tanto pintar apenas o bordo da via como o leito. “Na questão de segurança, não vai influenciar.” Para ele, mais importante do que a pintura é o tachão, que indica ao motorista que ele não pode invadir o trecho reservado para a bicicleta.
No entanto, Campestrini destaca que, para questão de manutenção, fica melhor se a ciclofaixa não estiver toda com a pintura. Nesse ponto, o estudante Gabriel Salem, 18 anos, concorda. “Acho melhor assim porque a prefeitura economiza tinta e dinheiro, podendo gastar com outras coisas”.
Como ciclista que usa bicicleta para seus deslocamentos, o gerente diz que, particularmente, vê uma vantagem no novo modelo: a aderência do pneu da bike à pista. “Por mais que tenha a tinta tenha abrasividade para não escorregar, ela não dá uma aderência tão boa, especialmente nas frenagens, como o pavimento normal”, avaliou. METRO