Três em cada quatro moradores de São Paulo entrevistados pelo Ibope em pesquisa conjunta com a Rede Nossa São Paulo aceitariam adotar medidas que limitem ou restrinjam a circulação de veículos na cidade para diminuir a poluição atmosférica –responsável pela morte de cerca de 4,7 mil pessoas por ano na capital.
Entre os 76% que concordaram com essa proposição da pesquisa que avaliou aspectos ambientais da cidade, 30% –a maior parcela– apontam a inspeção veicular, adotada pela gestão de Gilberto Kassab (2007-2012), como a medida preferida para reduzir o nível de poluentes na cidade. Depois é que aparecem as restrições propriamente ditas, como limitar a circulação em ruas e ampliar o rodízio –horário do dia ou em dias da semana.
Para Jorge Abrahão, coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo, o resultado pode balizar o poder público, para avançar em políticas nesse sentido. “Essa disposição [para medidas que limitem veículos] foi um fator que apareceu claramente na pesquisa”, afirmou. “Nem sempre as medidas a se tomar em benefício da sociedade são confortáveis para todo mundo.”
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Por esse motivo, Abrahão pede “uma compreensão mais generosa de políticos que pensam com visão de longo prazo”.
Praças e parques
A pesquisa mostrou que a conservação de praças e parques é mal avaliada por 48% e considerada regular por 41%. Abrahão destacou a importância de conservar as áreas verdes na cidade até sob a ótica da poluição atmosférica.
Medida não está na mira
A Prefeitura de São Paulo disse que não há, por ora, nenhuma definição para implantação de um novo modelo de rodízio ou restrição veicular.
Para reduzir a poluição do ar, a administração destaca que o edital da licitação dos ônibus, suspenso por ordem do TCM (Tribunal de Contas do Município), exige a redução de 100% da emissão de material particulado, dióxido de carbono e óxidos de nitrogênio em 20 anos. Destacou a redução de 2% na emissão de dióxido de carbono; 13% na emissão de material particulado e 11% na emissão de óxidos de nitrogênio até abril deste ano, desde dezembro de 2016, devido à troca dos motores de ônibus.
Sobre parques e praças, disse que a pesquisa vai ajudar a entender como melhorar o serviço.