Na semana em que o mundo celebra os 80 anos da primeira aparição do personagem criado por Jerry Siegel e Joe Shuster na revista em quadrinhos “Action Comics”, confesso aqui uma coisa: nunca fui lá muito fã do Super-Homem. Sempre preferi o Homem-Aranha. Afinal de contas, Peter Parker (ou Pedro Prado, como era chamado o personagem nos primórdios por aqui) era um adolescente comum como eu, que frequentava a escola como eu e, claro, era picado por um inseto radioativo e ganhava super-poderes, como eu! Mas essa é outra história…
Voltando ao Homem de Aço, o fato é que ele jamais me empolgou em sua versão em quadrinhos. Juro que tentei, mas algo não engrenava. Talvez o fato de ele ter poderes demais, ser perfeito demais ou ser bonito demais tornava, ao menos para mim, suas histórias enfadonhas. Mas isso mudaria em 1978, e com um impacto de um meteorito na superfície da Terra.
A estreia de “Superman”, o filme, transformou o herói insosso das revistas em algo espetacular. Ao vestir, com a elegância de um cavaleiro, a cueca vermelha sobre a malha azul e voar pelas telas de cinema Christopher Reeve daria vida ao herói. Reeve, aos 26 anos, era a encarnação perfeita do filho de Krypton em um dos mais bem sucedidos casos de “casting” (quando o ator é escalado para um determinado papel) da história de Hollywood. Embalado pelo até hoje arrepiante tema musical composto por John Williams, tínhamos diante de nós o herói incontestável, moldado por um ator que esbanjava carisma. O Aranha que me perdoe, mas, naquele momento, o Homem de Aço não tinha rival no panteão sagrado dos super-heróis.
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O filme dirigido por Richard Donner era um legítimo representante do cinema-pipoca, com vilões exagerados Lex Luthor (Gene Hackman) e General Zod (Terence Stamp) e sofisticados efeitos especiais para a época. Mas o impacto estava mesmo na presença do ator/herói, que chegou a reverter a rotação da Terra para salvar a amada Lois Lane. Como não ficar boquiaberto diante de uma façanha como essa? Claro que aos poucos a surpresa, assim como a qualidade dos roteiros, foram entrando no automático e se diluindo em mais três filmes (1980, 1983 e 1987). Mas isso não importa: Reeve já havia gravado em aço seu nome na história.
O acidente que o deixou tretraplégico em 1995 e sua morte em 2004 chocaram o mundo e pareciam ter enterrado o mito kryptoniano. Estávamos diante da verdadeira morte do Superman, a história jamais escrita por nenhum roteirista deste planeta. O adeus nunca imaginado por Siegel e Shuster. Seria o fim?
Nada disso. Como estamos carecas de saber, no mundo das HQs e do cinema, nada é definitivo. Passado o peso da tragédia que se abateu sobre o ser-humano Reeve, era chegado o momento de reviver o mito. Desde então, tentativas de trazer de volta o Homem de Aço foram e continuam a ser tentadas. Das séries de TV “Lois & Clark” (1993-1997, que trouxe a melhor versão de Lois Lane com Teri Hatcher) e “Smallville” (2001-2011, que, admito, vi só um episódio) até as novas versões cinematográficas com o insípido Brandon Routh em 2006 até Henry Cavill, que assumiu o uniforme azul em 2013 dispensando a sunga vermelha e segue à frente da Liga da Justiça.
A verdade é apesar disso, 40 anos depois daquela estreia no cinema, quando falamos no Super-Homem a imagem que nos vem à memória ainda é a de Christopher Reeve. O super-herói perfeito que desafiava a gravidade e cruzava os céus ao som do imortal tema de Superman. Para o alto e avante! Sempre.