Brasil e Paraguai podem ter em breve um “Protocolo de Atendimento de Emergências Fronteiriças” para agir no caso de epidemias de dengue, influenza ou febre amarela na fronteira.
O documento único foi elaborado por profissionais brasileiros e paraguaios que atuam na área em âmbito municipal, estadual ou federal. Em evento organizado pelo GT-Itaipu Saúde (Grupo de Trabalho Itaipu-Saúde) na semana passada, em Ciudad del Este, no Paraguai, eles participaram de um treinamento de vigilância e coordenação transfronteiriça.
Segundo a médica e assessora técnica do Tephinet (Rede de Intervenções em Programas de Formação em Epidemiologia e Saúde Pública) – presente em mais de 100 países –, Angela Hilmers, tanto o Brasil quanto o Paraguai já têm protocolos de atuação no caso de emergências epidemiológicas, mas as divisas entre os países precisam de uma ação mais específica e rápida, pois não há como proibir a entrada e saída de pessoas.
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“Se, por exemplo, detectarmos uma epidemia de ebola no Paraguai, não poderíamos proibir a entrada de paraguaios no Brasil. O mesmo ocorreria no caso contrário. Por isso, precisamos encontrar uma maneira rápida de intervir e resolver o problema”, afirmou Hilmers.
Para a secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde do Brasil, Noely Fabiana de Moura, esse documento auxiliará muito o trabalho dos profissionais que atuam nas fronteiras e ajudará a reduzir os impactos causados pelas doenças epidemiológicas. “O Brasil tem hoje ações pontuais na área de vigilância nas fronteiras. Nossa expectativa é que, com esse plano, passaremos a ter políticas públicas neste campo”.
O documento será encaminhado para aprovação dos ministros da Saúde do Brasil, Ricardo Barros, e do Paraguai, Antonio Arbo. Se aprovado, vai começar a ser executado em Foz do Iguaçu e Ciudad del Este.
De acordo com o GT-Itaipu Saúde, o modelo de atuação também poderá ser replicado em outras fronteiras como as do Peru, Equador, Colômbia e Venezuela.
Apoio
O GT-Itaipu Saúde colaborou com a elaboração do protocolo e de acordo com o assessor da Diretoria Financeira de Itaipu, Tércio Alves de Albuquerque, dará todo apoio a sua execução. “Queremos que esse plano não seja apenas um documento, mas que seja colocado em prática. Estaremos aqui para colaborar”, declarou.
A capacitação dos profissionais e a elaboração do plano fazem parte do Projeto Fortalecimento da Fronteira em Vigilância da Saúde, GT-Itaipu Saúde.
Os objetivos da iniciativa são: capacitar os atores-chave na aplicação dos procedimentos de manejo de emergências seguindo o Regulamento Sanitário Internacional, melhorar a comunicação de riscos em saúde pública através da elaboração de manuais para serem difundidos na área de fronteira e elaborar planos de contingência.
Exemplo
Com ajuda do GT Itaipu-Saúde, Foz do Iguaçu exportou em julho deste ano o “Método VIGEntEE©” de combate à dengue, zika e chikunguya aos paraguaios, que implantaram um projeto-piloto em Ciudad del Este.
Desenvolvido pelo Centro de Controle de Zoonoses de Foz, o método espalha armadilhas pela cidade para saber onde os vírus da dengue, zika e chinkungunya estão circulando, para adotar ações antes que as pessoas adoeçam.