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Polícia suspeita de tráfico internacional de crianças em caso de menino que apareceu no Paraná

Mulher está presa há dois dias em Cascavel, no oeste do Paraná, por suspeita de trazer crianças do Paraguai para vender no Brasil

A PF (Polícia Federal) investiga uma suspeita de tráfico internacional de pessoas em Cascavel, no Oeste do Paraná, após a prisão de uma mulher que teria trazido pelo menos duas crianças do Paraguai.
O caso começou há duas semanas, quando a suspeita, Maria Conceição Queiroz – conhecida na vizinhança como Maria Paraguaia –, levou ao Conselho Tutelar um menino de um ano de idade, que ela disse ter achado na rua.

A polícia desconfiou, passou a investigar o caso e, na última terça, prendeu Maria em flagrante por tráfico internacional de crianças porque na casa dela havia uma menina, de nove anos, sem documentação, além de uma jovem que só falava espanhol.

Ontem a delegacia revelou que um casal de Cascavel havia pago R$ 700 pelo garoto de um ano, mas desistiu de ficar com a criança quando não conseguiu a documentação necessária. A polícia busca os pais das crianças com o apoio das autoridades paraguaias.

“A princípio, não tem essas denúncias do Paraguai de desaparecimento, o que nos induz a pensar que essas crianças podem ter sido vendidas”, diz o delegado Adriano Chohfi, da Polícia Civil de Cascavel.

Presa em Cascavel, Maria Queiroz terá até sexta uma audiência de custódia, que vai definir se ela continuará detida ou não.

O advogado Felipe Velozo, que defende a investigada, adianta que Maria alega inocência, mas diz que a defesa só vai se pronunciar após o fim das investigações.

Investigação
A PF está apurando outras denúncias para determinar se há tráfico de crianças, mas diz que ainda é cedo para chegar a conclusões.

“Esse tipo de situação gera uma comoção muito grande, muita gente liga para contar mentiras”, diz o delegado da PF Mário César Leal Júnior.

O delegado diz que ainda não foi possível descobrir muitos detalhes com a menina de nove anos, que também estava na casa de Maria. “A criança está muito abalada. Não consegue se comunicar de uma forma muito clara”, afirma Leal Júnior, que afirmou, no entanto, não haver sinais de que agressões ou maus tratos às crianças.

Até ontem, oito testemunhas já haviam sido ouvidas para falar sobre o caso. O cônsul do Paraguai em Foz do Iguaçu, Jorge Coscia, foi a Cascavel para ajudar a localizar os familiares das crianças. Segundo a PF, a Interpol também foi acionada.

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