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Campanha em São Paulo quer incentivar mulheres a fazerem denúncia de assédio

Campanha tem frases de conscientização Renato S. Cerqueira/Futura Press

No início da tarde desta terça-feira, uma passageira de ônibus começou a gritar para tirarem um homem que estava no coletivo de perto dela. O veículo passava pela avenida Paulista. O rapaz, de 27 anos, tinha ejaculado no pescoço da vítima. O cobrador reteve o abusador no ônibus, impedindo que ele descesse. O agressor foi levado ao 78ºDP e preso em flagrante por estupro.

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O caso aconteceu exatamente no dia em que Tribunal de Justiça, Estado e prefeitura lançaram a campanha “Juntos podemos parar o abuso sexual nos transportes”, para combater o assédio sexual em transportes públicos. Cartazes em trens e ônibus e mensagens nas redes sociais de Metrô, CPTM, EMTU e SPTrans vão estimular que tanto vítimas quanto testemunhas denunciem casos.

A cada semana, quatro denúncias de abuso nos transportes públicos de São Paulo são feitas, mas o Instituto Maria da Penha estima que uma mulher seja vítima de abuso físico a cada sete segundos.

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Os abusadores que forem identificados vão passar por um programa de reeducação de dois dias, para tentar evitar que cometam o crime novamente.

“Queremos que estimular as vítimas a denunciar. Costumo dizer que, se roupa curta fosse ‘motivo’ para assediar, os casos deveriam quadruplicar no verão, o que não acontece”, disse uma das idealizadoras da campanha, a juíza Tatiane Moreira Lima, da Vara de Violência Doméstica e Familiar do Butantã.

Antes de começar a campanha, os funcionários das empresas de transporte passaram por seminários de sensibilização para  prepará-los para o atendimento às vítimas. A atitude do cobrador e do motorista do ônibus onde a passageira foi vítima, segundo a SPTrans, é a esperada nestes casos: o agressor foi retido e a polícia, chamada.    

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