Testado em projeto piloto em 110 pontos da capital desde o ano passado, o bueiro inteligente, que libera a passagem das águas pluviais e retém a sujeira, passou nesta terça-feira pela etapa legal que deverá permitir a expansão da rede na cidade.
ANÚNCIO
A Prefeitura de São Paulo publicou no Diário Oficial a sanção da lei que prevê a instalação dos equipamentos “como forma de prevenir e minimizar os problemas causados pelas chuvas”.
O bueiro inteligente é um cesto colocado na parte interna, invisível para quem vê de fora. Com pequenos buracos circulares, esse filtro libera o escoamento da água, mas segura os materiais sólidos, impedindo o entupimento e evitando também que o lixo termine por poluir rios e córregos.
A inteligência está em um sensor instalado no cesto e que consegue calcular a quantidade de sujeira acumulada e comunica a central de monitoramento que está na hora de esvaziar a caixa.
O modelo em teste na capital foi desenvolvido por Carlos Chiaradia, fundador e CEO da Net Sensor. Economista por formação, Chiaradia começou a pensar no negócio a partir da instituição da Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010, quando viu “que não havia solução para o lixo dos bueiros”.
“Quando uma equipe vai limpar um bueiro, não sabe se ele está cheio ou vazio e gasta, em média, 52 minutos para limpá-lo. Com o bueiro inteligente, se vai no local certo e é só abrir e retirar a sujeira. Em uma hora, dá para esvaziar 30 deles.”
Segundo Chiaradia, o ganho é “social, ambiental e econômico” e pelo menos 40% da sujeira retirada pode ser reciclada. O custo do bueiro inteligente não foi revelado. “Posso dizer que a instalação faz o gasto com manutenção cair pela metade. Ou menos”, afirmou.
ANÚNCIO
A expectativa da empresa é de que a aprovação da lei acelere o processo de negociação para ampliação da rede. O monitoramento em 13 pontos com bueiro inteligente na capital mostrou que houve redução dos alagamentos em 11 deles.
O prefeito Doria já mostrou um destes bueiros e falou sobre o sistema em uma das ações do Cidade Linda. Procurada, a Prefeitura de São Paulo não se pronunciou.
