O presidente Michel Temer pediu neste sábado (20) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão do inquérito aberto contra ele por corrupção, obstrução de justiça e formação de organização criminosa.
ANÚNCIO
Durante pronunciamento no Palácio do Planalto, o mandatário afirmou que a gravação divulgada após a delação premiada do empresário Joesley Batista, dono da JBS, é «clandestina e foi adulterada e manipulada com objetivos «subterrâneos», o que levou muitas pessoas ao engano e trouxe grave crise ao Brasil.
«Ele cometeu o crime perfeito. Enganou os brasileiros e agora mora nos Estados Unidos. Quero observar a todos vocês as incoerências entre o áudio e o teor do depoimento. Isso compromete a lisura de todo o processo por ele desencadeado», ressaltou Temer.
«Estamos entrando com petição ao STF para suspender o inquérito proposto até que possa ser verificada a autenticidade da gravação», acrescentou.
Temer falou ainda sobre a impunidade contra Joesley, que segundo ele «está livre e solto, andando pelas ruas de Nova York». «Ele não passou nenhum dia na cadeia, não foi preso, nem julgado, nem punido e pelo jeito que está não será», afirmou.
Na última quinta-feira (18), o chefe de Estado fez um rápido pronunciamento para rebater as acusações feitas nas delações de Joesley Batista, dono da JBS, que realizou pagamentos de propina para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, e afirmou que não renunciaria ao cargo de presidente.
Nesta sexta (19), porém, novas acusações surgiram contra Temer e o agravamento da crise política fez com que diversos aliados o pressionassem. De acordo com a defesa do peemedebista, a investigação não pode prosseguir enquanto a validade da gravação não for avaliada. Em nota, o Palácio do Planalto alegou inocência de Temer. «A acusação não procede e o diálogo do presidente com o empresário Joesley prova isso».
A decisão é uma tentativa para postergar o avanço da investigação e contestar a legalidade da gravação. Desde o início da manhã de hoje, Temer estava reunido em Brasília com seus principais auxiliares. «O Brasil não sairá dos trilhos. Eu continuarei à frente do governo», finalizou Temer.