
O caseiro responsável pela queda do então ministro da Fazenda Antonio Palocci afirma que já esperava a prisão do petista e diz que a Lava Jato o faz lembrar das reuniões na República de Ribeirão Preto, imóvel em Brasília onde se encontravam empresários e políticos.
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A BandNews FM conversou com Francenildo Costa, que espera até hoje receber uma indenização de R$ 400 mil da Caixa por ter tido o sigilo bancário quebrado ilegalmente, a pedido de um dos homens mais influentes do governo Lula.
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Há onze anos, ele foi acusado de receber R$ 40 mil para confirmar que Palocci participava das reuniões para combinar licitações, doações eleitorais e pagamento de propina: “Palocci tinha muita influência, de todos os lados. Invadiram minha conta bancária. Invadiram não, assaltaram”.
O caseiro provou, no entanto, que o dinheiro não tinha qualquer relação com o caso e agora aguarda uma decisão final do Superior Tribunal de Justiça, após ter vencido a batalha jurídica no Tribunal Regional Federal do Distrito Federal.
“No começo, meu advogado falou: ‘você vai trabalhar e esquece esse processo, porque um dia você vai receber’. Tem que esperar, nós estamos no Brasil. (…) Estou esperando, um dia chega”, acrescentou.
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O caseiro da famosa República de Ribeirão Preto também falou sobre a prisão de Palocci, de quem nunca recebeu um telefonema ou pedido de desculpas.
“Não me surpreendi. Tinha até uma intuição, já esperava. Quem sempre anda errado, um dia descobrem. Na época estava falando a verdade e não acreditavam. (…) Hoje, tenho minha consciência [limpa], deito na cama e durmo. Ele está lá [na prisão]. Só Deus sabe como está”, resumiu.
Francenildo disse também que acompanha a Lava Jato pela imprensa e acredita que crimes similares aos investigados pela força-tarefa de Curitiba eram planejados no imóvel brasiliense: “Com certeza, porque era conversa de tudo. A Lava Jato me recorda um pouco o que acontecia na casa”.
Além de acreditar que Palocci tem muito o que delatar ao juiz Sérgio Moro, o caseiro se diz feliz por não ter qualquer proximidade com políticos: “Graças a Deus”.