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A professora gaúcha Olga Souza, de 57 anos, constrangida por banhistas por levar um cão-guia a uma praia de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, disse que se sentiu “abusada, desrespeitada, discriminada, violentada em todos os sentidos, moralmente e psicologicamente”. Ela foi entrevistada no programa Café com Jornal na manhã desta sexta-feira.
Cega desde nascença, Olga foi abordada por três policiais militares, na última quarta-feira, chamados por banhistas incomodados com a presença do animal. Os agentes disseram que ela não podia estar com o cão na praia. “Como eu ia deixar o cão em casa se eu continuava com deficiência?”, perguntou aos policiais.
Ao falar que levaria o ocorrido à imprensa, os policiais resolveram deixar o caso de lado, alegando que estava “tudo bem”.
“Não estava tudo bem porque as coisas estavam mal resolvidas. Eu não sei quem denunciou e eles não quiseram me dizer porque a denúncia foi anônima”, contou ao programa.
“Ficou o dito por não dito porque no fim eles me atrapalharam durante 1h20 do meu descanso. A pessoa que me denunciou saiu ilesa”, completou a professora.
A mulher, que estava com uma amiga, conta que alertou os agentes sobre a lei do cão-guia, de 2005, que garante aos deficientes visuais o direito de entrar e permanecer em espaços coletivos acompanhados dos animais. Mesmo assim, ela ainda foi intimidada.
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“É nosso direito ter liberdade. As pessoas não devem ter essa crença de que nós temos que viver grudados no braço de alguém. Somos seres sociais que, mesmo com cão-guia, temos direito de ter amigos”, falou.
A Polícia Militar (PM) de Balneário Camboriú reconhece o mal-entendido e informou que pretende incluir palestras envolvendo o tema para policiais.