
No quesito economia, todas as escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro tiraram nota 10! As agremiações sofreram com a falta de fornecedores, mas garantem que vão fazer bonito na Marquês de Sapucaí. Grandes escolas, como a atual campeã Mangueira e a vice, Unidos da Tijuca, sentiram no bolso os efeitos da crise – todas as 12 escolas receberam R$ 2 milhões da prefeitura para o desfile no domingo e na segunda no Sambódromo. Neste ano, o luxo deu lugar ao improviso e à sustentabilidade.
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Apesar dos problemas, há homenagens e inovações nos enredos. A Mangueira busca seu 19o título e quer manter a tradição. Se no ano passado a história da cantora Maria Bethânia foi para a Avenida, neste ano a escola invoca a fé, com o enredo “Só com a Ajuda do Santo”.
Porém, se depender da Portela, a briga será grande. A escola, que ficou em terceiro lugar em 2016, vai inundar a Sapucaí de azul com o enredo sobre rios. Neste ano, a águia vai nadar no Sambódromo, sob o comando do carnavalesco Paulo Barros.
Na Unidos da Tijuca, o pensamento também é de título. A escola vai contar a história da música americana, com “Música na Alma, Inspiração de uma nação” e homenageia cantores como Elvis Presley. Salgueiro, com Carnaval de R$ 10 milhões – diz a presidente Regina Celi –, faz homenagem aos carnavalescos Fernando Pamplona, Arlindo Rodrigues e Joãosinho Trinta no céu e inferno de Dante no enredo “A Divina Comédia do Carnaval”.
Já a União da Ilha propõe reflexão sobre o futuro da humanidade. Beija-Flor completa trilogia da formação do povo brasileiro e Imperatriz aposta em carros maiores para impactar com enredo indígena.
Leandro Vieira é pura tranquilidade
Atual campeão, o carnavalesco Leandro Vieira, 30 anos, da Mangueira, garante que sua expectativa não é pelo bicampeonato, mas para que a escola faça o melhor Carnaval possível. Ele, que estreou com o pé direito no ano passado, garante que o mais importante é que a agremiação reforce sua vocação de transmitir a cultura popular nos desfiles, mas não nega a chance de dobradinha na verde e rosa.
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“Não pensamos em título, mas sim em alegrar o público. Se tudo sair da maneira que planejamos, ficaremos mais perto do bicampeonato. O trabalho foi intenso”, conta ele, que acha que o enredo “Só com a Ajuda do Santo”, por ter pegada popular, vai contagiar a Sapucaí.
Estrela paralímpica vai passar pela Sapucaí

A paratleta snowboarder americana e estrela da cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, Amy Purdy, 36 anos, vai estar de novo no Brasil. Mas, desta vez, ela vai desembarcar na Marquês de Sapucaí para ser uma das atrações da Unidos da Tijuca, que vai contar a história da música americana.
“É uma honra poder participar de um evento cultural tão importante para os cariocas. Durante os Jogos Paralímpicos, fui recebida de braços abertos pelos brasileiros. Foi incrível! Estou emocionada por estar de volta ao Rio e também muito animada para celebrar o Carnaval”, disse Amy.
Ela foi diagnosticada com meningite bacteriana aos 19 anos e os médicos deram 2% de chances para que ela sobrevivesse. Após cirurgias e coma induzido, ela teve as duas pernas amputadas, um pouco abaixo do joelho. A paratleta buscou no esporte a saída para curar a depressão.
A superação da americana é uma das apostas da agremiação, quarta escola a desfilar na segunda-feira de Carnaval, para conquistar o título deste ano.
Ivete Sangalo, musa inspiradora da Grande Rio

A rainha do axé baiano promete levantar muita poeira na Marquês de Sapucaí. Ivete Sangalo, aos 44 anos, será tema do enredo da Grande Rio – “Ivete de rio a Rio”– , que vai neste Carnaval buscar seu primeiro título do Grupo Especial. Para aguentar o ritmo do desfile na Avenida, que é diferente do trio elétrico do Carnaval de Salvador, a cantora enfrentou uma maratona de exercícios e uma dieta controlada pelo marido e nutricionista, Daniel Cady, 28.
“Essa preparação começou em dezembro. Todo ano a Ivete acaba perdendo peso para o Carnaval. Intencionalmente, lógico, ela aumenta o ritmo dos treinos e fica com uma disciplina maior em relação à alimentação. Ela perde cerca de dois a três quilos neste período”, disse o marido da cantora.
Para Ivete, estar na Avenida é a realização de um sonho. “Desde criança eu sonhei estar em uma avenida. Nunca imaginava ser tema de um desfile. A energia está sendo muito boa e estou muito ansiosa. A sensação de estar em um trio elétrico é muito diferente do Sambódromo”, revela a baiana.
A escola de Duque de Caxias vai levar a história do axé para a Sapucaí e, se depender da musa, vontade de vencer não vai faltar.
“Estou nervosa e ansiosa, mas sei que a história vai fazer bonito. O axé que me encanta vai poder agora encantar e contagiar o público”, conclui Ivete.