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Morte em confronto com Polícia Militar sobe 28% em São Paulo

O número de pessoas mortas em confronto com a Polícia Militar na capital paulista registrou a segunda alta consecutiva e já acumula aumento de 23,8% nos últimos três anos.

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Entre 2014 e 2016, período em que há dados disponíveis no site da Secretária de Estado da Segurança Pública, o volume de assassinatos provocados por policiais militares cresceu ano a ano.

O total de casos saltou de 336 para 391 e chegou a 416 no ano passado – o que representa pelo menos uma morte por dia, em média.

Em 2014 e 2015, a maior parte das vítimas foi morta por policiais militares que estavam de folga da corporação. Já no ano passado, ocorreu o inverso e os policiais em serviço foram responsáveis pela maioria dos homicídios.

Desde 2014, por ordem do governo do Estado, os procedimentos para investigação das ocorrências que envolvem mortes em ação policial estão mais rigorosos e exigem, por exemplo, que corregedores e comandantes  participem da perícia no local do crime.

Professor de Direito e especialista em segurança pública, Vander Ferreira de Andrade afirmou que as medidas adotadas pelo Estado para reduzir a letalidade são apenas paliativas.

“A maioria desses confrontos são justificados. A rigor, a polícia só pode matar em legítima defesa ou extrema necessidade, mas resta dúvida sobre a conduta em muitos casos”, afirmou.

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Ainda segundo o especialista, não só na polícia paulista, mas em todo o Brasil, “há uma subcultura de que o bandido pode ser morto e que a sociedade admite aceita isso.”

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Enquanto o número de pessoas mortas em confronto as forças de segurança cresceu, o de policiais militares mortos, seja em ações durante o trabalho ou nos dias de folga, vem caindo.

O nível de mortalidade começou a cair a partir de 2012, quando foram contabilizados 60 assassinatos de policiais na capital. Já no ano seguinte, o número caiu para 44 e, depois, para 43. Em 2015, foram 30 casos e, no ano passado, 31 – ligeira alta, mas que não alterou significativamente a sequência de queda.

De 2012 para 2016, o número de oficiais vítimas de homicídio caiu 48,3% na capital. Os que morrem durante os dias de folga são sempre maioria. As estatísticas são da SSP (Secretária de Estado da Segurança Pública) e foram obtidas pelo Metro Jornal via Lei de Acesso à Informação.

Governo do Estado

Em nota, a SSP afirmou que a redução das mortes de policiais é resultado dos “investimentos em equipamentos de segurança, tecnologia e treinamento”.

Sobre os assassinatos registrados em ações da polícia, a SSP disse que “desenvolve ações para reduzir a letalidade” e que “as intervenções que resultam em confronto são, em sua grande maioria, ações de repressão aos crimes contra o patrimônio”.

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