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São Paulo isola presos de facções rivais para evitar confronto

Para evitar que a guerra do crime organizado – que neste ano já matou 99 detentos em três Estados – chegue ao Estado de São Paulo, a SAP (Secretaria Estadual da Administração Penitenciária) transferiu e isolou 70 presos de facções criminosas rivais para presídios que não tiveram os nomes divulgados. De acordo com a secretaria, para chegar a essa quantidade de remoção foram analisados 220 mil prontuários de presos e informações recolhidas pelos diretores das 166 unidades prisionais paulistas. Por questões de segurança, a SAP não informou as prisões de onde os detentos foram removidos.

Além do PCC (Primeiro Comando da Capital), as unidades prisionais do Estado de São Paulo têm detentos que pertencem a grupos como CV (Comando Vermelho), FDN (Família do Norte) e Okaida (nome adaptado de Al-Qaeda).

“Para não ocorrer mortes, os 70 presos foram removidos. Isso é necessário porque pode vir ordem para executar e ter rebelião e transtornos como quebra de presídios. O estudo identificou que as outras facções existem em grupos menores e o PCC lidera. Ninguém quer encrenca com aquela que domina, mas a transferência garante segurança maior”, conta João Rinaldo Machado, presidente do Sifuspesp (Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo), ao avaliar a necessidade das remoções de detentos realizadas pela SAP.

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“Atualmente estamos monitorando as condições dos presídios e atentos a qualquer movimento. O Complexo Campinas-Hortolândia é um barril de pólvora. Basta uma ordem e pode ter rebelião e conflitos como nos anos de 2001 e 2006”, disse ele, referindo-se à rebelião conjunta em presídios do Estado de São Paulo em 2001 e aos ataques em 2006.

Em nota, a SAP informou que todas as unidades gerenciadas pela secretaria operam dentro dos padrões de segurança e disciplina. O Núcleo de Inteligência da SAP, diz a nota da assessoria, “está permanentemente atento, com vistas a antecipar qualquer tipo de movimento em prisões estaduais”.

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