
Os laboratórios não precisarão mais exigir que pacientes fiquem 12 horas em jejum para realizar exames do perfil lipídico, que medem os níveis de gordura no sangue, como o de colesterol total, HDL-c, não HDL-c, LDL-c e triglicérides.
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Ontem, cinco entidades médicas do país divulgaram documento com novos valores de referência para os exames. Para o grupo, o fato do paciente estar alimentado não interfere no resultado do triglicérides – que indicava a necessidade das 12 horas sem a ingestão de alimentos.
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“O valor de referência desejável deste exame é de 150 mg/dL com jejum e de 175 mg/dL sem o jejum. A alta de apenas 25 mg/dL é muito pequena para exigir a privação de alimentos por um período tão prolongado”, defende a conselheira para a aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia Tânia Martinez.
A recomendação deverá beneficiar crianças, idosos e diabéticos, mais sujeitos a se sentirem mal ao ficar sem comida. “O jejum prolongado, às vezes agravado pelas longas filas dos laboratórios, pode fazer com que o diabético tenha uma hipoglicemia, por exemplo”, diz Tânia.
O jejum de 12 horas será indicado apenas para quem fizer o exame de triglicérides e tiver um resultado igual ou superior a 440 mg/dL. Neste caso, o exame deverá ser refeito.
Período de adaptação
A flexibilização do jejum vinha sendo discutida no país desde que um estudo sobre o tema foi publicado neste ano na Dinamarca.
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As novas recomendações, que contam com o aval de Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica), SBAC (Sociedade Brasileira de Análises Clínicas), SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), DA/SBC (Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia), SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) e SBPC/ML (Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial), já foram repassadas para os laboratórios do país e devem entrar em vigor até 2018.
“A interpretação será gradual. Os laboratórios precisam de tempo para se adaptar”, conclui Tânia.