Passar trote por telefone não é brincadeira e causa um desgaste desnecessário em situações adversas. Serviços de emergência como o Corpo de Bombeiros, Samu e Polícia Militar são os maiores alvos, o que prejudica o atendimento das corporações nos momentos de urgência à população, além de onerar os cofres públicos.
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Segundo o Corpo de Bombeiros, a corporação registrou até outubro deste ano cerca de 343 mil ligações, sendo que desse total 30% foram trotes. “Os prejuízos são muitos, começando por aqueles imediatos como o deslocamento ligeiro em que o Corpo de Bombeiros precisa acelerar a demanda, atravessar sinais fechados, e levando um risco para às pessoas que estão no trânsito”, explica o aspirante Artur Ferreiro.
Ainda de acordo com o militar, outro prejuízo é o desgaste à longa distância. “Quando se trata de uma vítima real, e a viatura está empenhada em atender um trote, isso certamente causa um atraso que pode ser crucial para a vida da vítima, podendo ocasionar na morte da pessoa que necessita de atendimento”, explica Artur Ferreiro.
Conforme os bombeiros, a maioria dos trotes é realizada por crianças e adolescentes, principalmente nos horários após a aula, por volta de 12h e 17h.
Outra corporação prejudicada com os trotes é a Polícia Militar. As ligações falsas têm custado mais de R$ 2 milhões aos cofres públicos do Estado por ano, Já que a maioria dos gastos vem do custo com deslocamentos desnecessários e com o pagamento das chamadas. Só neste ano, a PM alega que já recebeu mais de 3 milhões de chamadas – dentre elas, 19% são trotes. De janeiro a junho de 2016, foram 70 mil chamadas falsas a mais em relação ao mesmo período do ano passado.
O ato desrespeitoso também afeta o Samu, principal serviço para atendimento de acidentes e doentes. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, são cerca de 60 mil chamados por mês em BH, uma média de 2 mil por dia. Desse total, 20% são trotes, o que representa média de 400 ligações falsas por dia.
Punição
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O trote aos serviços de emergência é um crime previsto no Código Penal. Quando identificado, o autor do trote pode ser enquadrado por falsa comunicação de crime ou de contravenção, cuja pena é detenção de um a seis meses ou uma multa. Cabe aos pais monitorarem as crianças.