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Enem trouxe questões sobre machismo e crise de refugiados; estudantes comentam prova

O primeiro dia do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) não surpreendeu os candidatos e professores quanto à estratégia de usar temas atuais para abordar conceitos das diferentes disciplinas. Assuntos como a crise dos refugiados na Europa, a manutenção de comportamentos machistas na sociedade atual e as recentes discussões sobre a democratização de espaços urbanos, por exemplo, poderiam ser mais facilmente respondidos por quem dedicou parte do estudo ao noticiário recente.

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Questões de filosofia sobre Platão e as ditaduras em países da América Latina no século 20 voltaram a ser objeto de avaliação do exame. Na história, a abordagem de questões sociais como a discriminação racial e a política brasileira foi elogiada por quem fez ou teve acesso ao caderno após as provas.

Os gabaritos das provas objetivas serão divulgados na página do Inep, no endereço eletrônico http://portal.inep.gov.br/enem e no aplicativo do Enem, até o terceiro dia útil seguinte ao de realização da prova.

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A prova foi considerada fácil por alunos que fizeram o teste no Rio. Entre as matérias mais difíceis, os estudantes citaram química em primeiro lugar, bem como as demais da área de exatas.

“Foi tranquilo, acho que fui bem. O exame foi um pouco mais difícil em algumas questões, mas no geral foi bom. Química deu uma puxada de matérias do primeiro ano. Fui melhor em história, acho que a maioria acertei”, disse o estudante Elber Costa, que busca uma vaga em arquitetura e fez o exame do campus da Universidade Veiga de Almeida, no bairro da Tijuca. “Vamos ver o tema da redação, mas estou bem preparado”, completou ele, que deseja atingir pelo menos 700 pontos

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“Eu não achei muito difícil. A prova foi bem tranquila. Tinha várias coisas que já aprendi. Achei física mais difícil. Estou fazendo apenas como teste, pois ainda estou no segundo ano”, disse Giulia Alcântara. Ela caminhava pela calçada, tentando se proteger do alagamento durante um temporal que caiu na zona norte do Rio na hora do fim da prova.

“Foi tranquilo. Achei mais difícil as partes de química e de exatas. Eu fui melhor em exatas, apesar de serem as mais difíceis. Para a redação estou bem preparado, pois leio bastante”, disse Irineu Paradela, que deseja uma vaga em psicologia.

Já em São Paulo, os candidatos que deixavam um dos locais de prova mais movimentados da capital paulista, a Universidade Paulista (Unip) Vergueiro, consideraram o primeiro dia de exames difícil.

“A prova estava mais complicada do que no ano passado. Química e biologia estavam mais difíceis. Todas as questões eram possíveis de responder, mas estavam complicadas”, disse Andressa da Silva Ferreira, 18 anos. A estudante disse que já cursa ciências contábeis em uma faculdade particular, mas faz o Enem com objetivo tentar uma bolsa integral.

Beatriz Nemes, de 17 anos, quer estudar licenciatura em música na Universidade Estadual Paulista (Unesp). Ela considerou química e física as disciplinas mais difíceis. “Mas era só ler com atenção, para quem estava preparado, ficou fácil”, disse.

Alexandre Melo, de 17 anos, pretende cursar economia na Fundação Getulio Vargas. Para ele, parte da prova tinha grau maior de dificuldade. “Achei a parte de ciências humanas fácil, mas ciências da natureza estava bem difícil. Tinha uma questão sobre o significado do símbolo da Organização das Nações Unidas (ONU), achei nada a ver”, afirmou.

São Paulo é estado com maior número de inscritos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com 1,4 milhão de pessoas, equivalente a 16,3% do total no país. A capital paulista tem 364,7 mil inscritos.

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