O governador Geraldo Alckmin (PSDB) sai fortalecido dessas eleições municipais. Além de ‘tomar’ a capital das mãos do PT e ‘fazer’ o seu afilhado político João Doria (PSDB) o primeiro prefeito eleito de São Paulo em primeiro turno, o governador verá o seu partido e aliados administrarem quase todas as 20 maiores cidades do Estado.
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Só o PSDB elegeu prefeito em 10 cidades (São Paulo, São Bernardo, Santo André, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Santos, Mogi das Cruzes, Jundiaí, Piracicaba e Itaquaquecetuba). O PSB, partido do vice-governador, Marcio França, fez três (Campinas, Guarulhos e Mauá).
Candidatos apoiados por Alckmin ainda venceram pelo PSD (Bauru), PTN (Osasco) DEM (Sorocaba), PV (Diadema) e PMDB (São Vicente). Para completar as 20 maiores, resta Carapicuíba, onde o candidato tucano foi derrotado e o PV saiu vitorioso, e São José do Rio Preto, onde venceu o PMDB, sem apoio declarado do governador.
Sigla mais rejeitada dessas eleições em todo o país, o PT não venceu em nenhuma das 20 maiores cidades do Estado e deixará de administrar sete delas – sendo que em quatro passará a faixa para o PSDB. Em outras duas, passará o cargo ao PSB e em uma, dará lugar ao PV.
O revés do PT em São Paulo também desfaz o chamado ‘cinturão vermelho’, que reuniu prefeituras petistas ao redor da capital.
Das 39 cidades da região metropolitana, o partido tinha nove e entrará em 2017 com apenas uma (Franco da Rocha). Já o PSDB passará de 8 para 11 municípios.
Futuro em 2018
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A ‘vitória’ entre as grandes cidades de São Paulo dá poder de influência para Alckmin entre os prefeitos que controlam os maiores Orçamentos e que concentram as maiores populações. Neste cenário, o governador ganha dupla vantagem. No plano local, reforça seu poder entre os paulistas para fazer o seu sucessor. No plano nacional, se credencia como um nome forte para disputar as eleições presidenciais.
Berço do PT vira ninho tucano
Intimamente ligada ao PT, a região do ABC sai dessas eleições municipais ‘divorciada’ do partido. Pela primeira vez desde 1982 – quando Gilson Menezes se sagrou, em Diadema, o primeiro prefeito eleito pelo PT no país – as sete cidades da região não serão administradas por nenhum petista.
Do vermelho, a região parte para o azul do PSDB, que estará pelos próximos quatro anos à frente de três das suas principais cidades: os tucanos comandarão Santo André e São Bernardo, atualmente com prefeitos petistas, e São Caetano, que tem Executivo do PMDB.
Em São Bernardo, cidade berço do partido, onde explodiram no fim dos anos 1970 as greves que lançaram Luiz Inácio Lula da Silva como grande liderança sindical do país, o PT sequer foi ao segundo turno e terminou em terceiro lugar, assim como em Diadema.
Na vizinha Santo André, e também em Mauá, os prefeitos petistas tentaram a reeleição, mas foram derrotados no segundo turno.
Em São Caetano, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, cidades que resolveram as eleições em turno único, o PT também ficou longe da vitória.