Desde a 0h de desta terça-feira os usuários do Uber estão pagando cerca de 17% menos pelas corridas em Porto Alegre. O corte de valores foi anunciado nesta segunda-feira pela multinacional e coincide com a proximidade da votação do projeto de lei que regulamenta o uso de aplicativos de transporte privado e com a chegada de novos concorrentes no mercado na capital gaúcha.
ANÚNCIO
Com o corte, cada corrida custará cerca de 17% menos. O valor mínimo e a taxa de cancelamento passaram de R$ 8 para R$ 5. O preço inicial da corrida caiu de R$ 3 para R$ 2,30, uma redução de 23%. O valor do quilômetro rodado baixou de R$ 1,45 para
R$ 1,20, uma queda de 17%. Já o valor cobrado por minuto de deslocamento caiu de
R$ 0,25 para R$ 0,20, o equivalente a uma redução de 20%.
No serviço UberBlack, dos carros de luxo, os valores não mudam. Os percentuais das corridas que ficam com a Uber – 25% no UberX e 20% no Black – também não foram alterados.
Ao anunciar o corte de preços, o diretor de comunicação da Uber, Fábio Sabba, explicou que a ideia é aumentar a demanda de passageiros e tornar a plataforma mais eficiente. “Com mais usuários, os motoristas parceiros vão fazer mais viagens e ficar menos tempo ociosos. Vão ganhar mais do que atualmente. Em São Paulo, fizemos corte de custos e aumentou a demanda”, comentou Sabba.
Em nota divulgada, a Uber informa que, com viagens mais baratas, mais gente usa o serviço. “Ao mesmo tempo, ao provocar um crescimento no número de usuários, a redução de preços aumenta os rendimentos dos nossos motoristas parceiros, que passam a realizar mais viagens médias por hora”, conclui o texto. A expectativa relatada pela empresa aos motoristas é aumentar em 20% o número de viagens por hora e em 10% os ganhos dos parceiros.
Motoristas fazem críticas
“Acho que é uma medida equivocada justamente quando estão para entrar novos concorrentes. Não falaram com os motoristas e não estão vendo a realidade dos custos. Muitos vão desistir, como já estão fazendo por causa da violência. O Uber já é cerca de 30% mais barato do que o táxi”, analisou o vice-presidente da Associação dos Motoristas Privados e de Tecnologia, Márcio Sierote, que reúne motoristas do Uber.
Ele se mostrou desconfiado com o prometido aumento de rendimentos para os motoristas. “Não sei se vai impactar tanto, se vai ser tão positivo”, completou Sierote. O vice-presidente não descarta manifestações contra a medida.
